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Vocacionado


Por: Fernando Razente
Data: 16/05/2022
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Rm 1.1(d): “...chamado…”

 

Nesta parte do primeiro versículo de Romanos 1, Paulo fala sobre a missão que recebeu de Cristo, mas a introduz e a qualifica com um adjetivo importante, o que veremos neste artigo. Após identificar-se como um escravo de Jesus Cristo no geral, Paulo, neste momento, está transitando para o particular, não mais para falar de sua identidade, mas agora da natureza da missão ou tarefa que ele recebeu do Senhor.

Portanto, é na transição para o particular que encontramos o propósito específico da vida de Paulo enquanto escravo de Jesus Cristo. Continuemos em mente que Paulo está apresentando suas credenciais aos romanos com a finalidade de convencê-los da legitimidade de seu ministério e assim conquistar o apoio deles. Para tanto, Paulo apresenta-se como alguém “chamado para ser apóstolo''.

Antes de falarmos sobre o ministério apostólico de Paulo (no texto da semana que vem), gostaria de me concentrar com o leitor (a)  na questão do chamado. Paulo escreve que foi chamado, e não é a primeira vez que este termo é usado por Paulo. Por diversas vezes, em suas epístolas, Paulo usa o termo kl?tos [κλητ?ς] como equivalente para “chamado”.

O professor Stuart [citando Ef 4.1; Gl 1.5; Romanos 1.6,7; 8.28; 1 Cor 1.1,2; 1.24] defende que nos escritos paulinos este termo tem sempre o sentido de vocação eficiente. O que isso quer dizer? Deixe-me dar um exemplo: quando um atleta é convocado para integrar a equipe da Seleção Brasileira, ele pode aceitar com alegria, ou rejeitar escolhendo dar preferência para outra oportunidade.

Essa convocação não é eficiente, pois é limitada pela vontade do convocado. Contudo, quando Paulo usa o termo chamado ou vocacionado sempre se refere a um  chamado irresistível que é impossível de ser rejeitado.

Portanto, dado o padrão etimológico de Paulo para com esse termo e também à luz da história de Paulo, de como ele foi chamado irresistivelmente no caminho a Damasco, devemos reconhecer aqui que este chamado não é um convite amigável que poderia ser negado.

Na verdade, o chamado fala de uma doce compulsão no coração do pecador através da voz poderosa e arrebatadora de Cristo. Em suma, Paulo estabelece aqui que não foi ele mesmo que se chamou (como faziam e fazem os falsos mestres) para o ministério de apóstolo.

A graciosa vocação de Paulo para ser apóstolo dos gentios veio da parte de Cristo. Paulo é, conforme o teólogo protestante francês Teodoro de Beza (1519-1605) traduziu, “ex Dei vocatione…”, isto é, alguém que foi, pelo poder insuperável da voz de Deus (e não de homens) estabelecido para um ministério específico.

Na semana que vem, se Deus permitir, veremos a natureza desse ministério: v. 1(e): “...para ser apóstolo”.

Até a próxima! Kyrios Iesous

 

Fernando Razente é Professor no Colégio Vila Militar FEITEP. Colaborador em Educação para a Gazeta do Povo. Colunista do Jornal Noroeste. Colíder da Associação Brasileira de Cristãos na Ciência (ABC2) de Maringá. Formado em História pela Universidade Unicesumar.

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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