Romanos 1.7(e): “[...] e do Senhor Jesus Cristo.”

No texto da semana passada vimos Paulo declarando ter origem em Deus, o Pai, as bênçãos espirituais dos cristãos (Rm 7.1d). Hoje, veremos Paulo encerrar sua saudação lembrando aos seus leitores que a graça, a paz e a paternidade de Deus — bem como todas as demais excelências dessa vida — só são possíveis a pecadores perdidos e indignos como nós por causa da mediação do Filho de Deus, Jesus Cristo: “[...] e do Senhor Jesus Cristo.” (Rm 1.7e)

A doutrina da mediação de Cristo nos ensina, grosso modo, que todas as bênçãos espirituais (graças especiais) e a paternidade divina só são concedidas a nós mediante a vida e obras de Jesus Cristo. Não há Deus como Pai, nem evangelho, nem graça, nem paz, fora da pessoa do Filho. Ninguém vai ao Pai a não ser pelo Filho e ninguém pode experimentar a graça e a paz sem que Cristo seja a ponte para isso.

É única e exclusivamente mediante o “Senhor Jesus Cristo” que temos acesso a todas as graças especiais. Por isso, aqueles que amam a Cristo e o recebem como Senhor de suas vidas, também recebem como resultado dessa decisão a graça especial da própria comunhão com Deus Pai em seu amor rico de misericórdias (João 16.27).

Como bem atestou o matemático e filósofo francês Blaise Pascal (1623-1662): “Só conhecemos Deus por Jesus Cristo. Sem esse mediador, fica extinta toda a comunicação com Deus; por Jesus Cristo, conhecemos Deus.” (Pensamentos, Artigo VII - A moral e a doutrina, nº 547, p. 169).

Portanto, embora Paulo comece falando a respeito de Deus Pai como fonte das bênçãos espirituais, ele não se esquece de encerrar seu prefácio lembrando seus destinatários que Cristo é o alicerce dessa relação entre os crentes e Deus; e que sem uma fé confiante no Senhor Jesus como Mediador, nenhuma bem-aventurança será possível. Cristo jamais deve ser esquecido enquanto desfrutamos do favor e das bênçãos divinais.

Na semana que vem, se Deus permitir, entraremos na exposição da próxima seção do capítulo um de Romanos: o amor de Paulo pelos cristãos de Roma e seu desejo de vê-los (Rm 1.8-15).

Até a próxima. Que Deus te abençoe!