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A condenação dos facciosos


Por: Fernando Razente
Data: 25/03/2024
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Romanos 2.8 (ARA): “(...) mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.”

Anteriormente, aprendemos a partir da análise do versículo 6, que Deus é recompensador de bons e maus e que o critério de sua retribuição é o procedimento (obras) de cada um. Logo, a justiça divina é marcada por uma equidade distributiva. Deus distribui suas aprovações e reprovações, seus favores e suas condenações; e isso perfeitamente de acordo com a vida de cada indivíduo.

No versículo 7 que Paulo nos apresenta a natureza e o alvo do favor divino. A natureza é a concessão por graça da vida eterna; o alvo são aqueles homens que, tendo sido aceitos por Deus por meio de seu Filho, chamados eficazmente e santificados pelo seu Espírito, perseveram diariamente na fé e pacientemente continuam a praticar o bem apesar das tribulações, desejando e aspirando santamente a glória e a honra de serem concidadãos dos santos na imortalidade dos céus numa comunhão dulcíssima com a Santíssima Trindade.

Agora, no versículo 8, Paulo passa a apresentar a natureza e o alvo da condenação divina. Para compreendermos tanto um (natureza) quanto o outro (alvo) de maneira sistemática e coerente, irei trabalhar esse versículo a partir das seguintes perguntas: 1) Quem são aqueles alvos? 2) O que fazem? e 3) Que tipo de condenação receberão da parte de Deus?

Em primeiro lugar, quem são os alvos? Vemos que a condenação divina é direcionada: “(...) aos facciosos [?ριθε?ας/eritheias]”. O termo original ?ριθε?ας também pode ser traduzido como intriga, egoísmo ou ambição individual. Afinal, nada mais leva a divisões e facções entre as criaturas de Deus do que elas seguirem seu próprio curso e vontade pessoal em detrimento da vontade divina.

Logo, estes facciosos são aqueles que criam inimizade contra o próprio Deus e desenvolvem partidos, reúnem pessoas atraídas por sua ambição, dividem as criaturas de seu Criador e “roubam” do Senhor sua glória e majestade. Estão entre os facciosos os ateus, agnósticos, deístas, politeístas, tradicionalistas, maçons, mórmons, testemunhas de jeová, progressistas, marxistas, darwinistas, etc., bem como todos os religiosos que rejeitam o ensino geral das Escrituras sobre Deus e a realidade, especialmente sobre Jesus Cristo como único Senhor e Salvador e rivalizam com Ele sobre o caminho de uma vida feliz. Todos estes são alvos da condenação de Deus, pois são facciosos.

Em segundo lugar, o que fazem os facciosos? Observamos que o que fazem revela a razão de serem o que são. São facciosos, Paulo nos diz, pois: “(...) desobedecem à verdade”. Os facciosos são marcados por rejeitarem a verdade de Deus e se recusarem [?πειθο?σι] a viver de acordo com essa verdade – seja ela revelada na criação, escrita em seus corações e mentes, ou revelada verbalmente e registrada nas Sagradas Escrituras.

Tais indivíduos – por recusarem a verdade de Deus – obviamente não se mantêm neutros; pois, enquanto se recusam a viver obedientemente a Deus, Paulo diz que os tais “obedecem à injustiça”. Note, portanto, o que Paulo nos ensina aqui: que  não é possível, ao ser humano, ser neutro em relação às ordens de Deus. Na verdade, sempre estaremos – em relação ao Senhor – ou na posição de pacificadores (vivendo em obediência pacífica com a verdade divina e em desobediência à injustiça do pecado) ou de facciosos (vivendo em desobediência e intriga para com a verdade divina e obediência pacífica com a injustiça do pecado).

Em terceiro lugar, se é verdade que esses indivíduos facciosos receberão uma condenação justa da parte de Deus, que tipo de condenação será? Paulo diz que os facciosos receberão “(...) ira e indignação”. Os significados dos termos gregos são semelhantes. Enquanto “ira” (?ργ?/orge) se refere a uma violenta aversão punitiva ao pecador, a “indignação” (θυμ?ς /timos) fala de uma raiva profunda contra o pecado, sendo um dos termos usados para a expressar a fúria justa e santa de Deus em Apocalipse contra a iniquidade dos homens (Ap 14:10,19,15:1, etc.).

Concluíndo, Paulo demonstra um notável contraste entre a gloriosa vida eterna, cheia de honra e incorruptibilidade dos santos que perseveraram em fazer o bem, sendo obedientes a verdade do Senhor e vivendo pela fé em Jesus Cristo (v.7), com a terrível e miserável condição dos ímpios impenitentes e facciosos para com Deus que serão permanentemente alvos da ira, da violenta aversão e da raiva profunda do Criador, que os punirá com o fogo eterno por desobedecerem a verdade e obedecerem à injustiça (v.8).

É faccioso, portanto, todo aquele que “(...) se mantém rebelde contra o Filho” e, por isso, “não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” (João 3.36).

Que Deus o abençoe!

 

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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