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Viúva Negra


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 08/07/2021
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Semana animada, com muitos lançamentos em streaming e um filmão chegando ao cinema. Julho é sempre um dos meses mais frutíferos no mundo do entretenimento, isso porque ele coincide com as férias de verão no hemisfério Norte e, consequentemente, nos Estados Unidos, o mercado mais visado para qualquer obra desse tipo. Como bem sabemos, o que fizer sucesso nos Estados Unidos, fará sucesso ao redor do globo. Sobre as estreias, na última sexta-feira assistimos ao filme de ficção/ação do Amazon Pirme Video bater os recordes de audiência dos streamings, ele foi primeiro lugar no mundo todo durante o fim de semana inteiro. A Guerra do Amanhã, longa que traz Chris Pratt no papel principal, parecia ser apenas mais um filme de ação com alienígenas, mas se mostrou uma boa surpresa e, ao que tudo indica, tem muito potencial para uma sequência.

Outra estreia que deu o que falar no fim de semana foi Rua do Medo: 1994. Esse filme abriu uma trilogia de terror voltada para o público adulto na Netflix, agradou demais e gerou grandes expectativas para suas duas sequências, agendadas para estrearem no dia 09 de julho (Rua do Medo: 1978) e dia 16 de julho (Rua do Medo: 1666). A diretora responsável pelos três filmes é Leigh Janiak, que faz um trabalho excelente, tanto na empreitada de manter o interesse do público para o próximo filme, quanto na missão de fazer homenagens a inúmeros filmes de terror que marcaram a história. Uma sequência, que vale muito a pena ser vista.

Agora, a grande estreia da semana é sem dúvida Viúva Negra! Os fãs da Marvel estão carentes de grandes lançamentos há um tempo. A pandemia engavetou suas grandes obras e adiou vários filmes, reorganizando completamente o calendário da chamada 4ª fase do MCU (sigla em inglês para o Universo Cinematográfico da Marvel). Tudo bem que, para matar a ansiedade dos fãs, foram liberadas via Disney Plus três séries que fazem parte desse universo (WandaVision, Falcão e o Soldado Invernal e Loki), mas o que o povo quer mesmo é filme! Diante disso, na quinta-feira, 08 de julho, estreou nos cinemas o segundo longa da Marvel protagonizado exclusivamente por uma heroína, Natasha Romanoff, mais conhecida pela alcunha de Viuva Negra. Caso você não queira se arriscar indo ao cinema, esse mesmo filme tem sua estreia marcada para dia 09 de julho no Disney Plus por meio do famigerado sistema “Premier Access”, aquele no qual você paga R$69,90 para assistir em casa o filme que está no cinema.

Ao longo dos anos a personagem interpretada por Scarlett Johansson foi bastante negligenciada pelos estúdios Marvel, ela foi introduzida em Homem de Ferro 2, de 2010, e depois integrou a formação original do Vingadores, mas sempre com um caráter bastante coadjuvante, o que fazia com que o público nunca se conectasse completamente com ela. A heroína, hora ou outra, exibia lampejos de genialidade e conquistava cada vez mais fãs, mas não tinha uma história de origem, não tinha traços marcantes de personalidade e aparentemente era a integrante mais fria dos Vingadores. Após Vingadores: Era de Ultron, de 2015, ela passou a ser vista como uma pessoa um pouco mais sensível, principalmente porque a relação revelada entre ela e o Hulk demonstrava que ambos se ajudavam na tentativa de serem mais humanos e se encaixarem numa realidade em que precisavam trabalhar em equipe.

Após isso, seu grande momento foi apenas em Vingadores: Guerra Infinita, quando ela deixa completamente de lado seu caráter de espiã fria e calculista do período da Guerra Fria e dá espaço para uma mulher mais passional e altruísta, resultado (espero que isso não seja um spoiler para você – risos): seu sacrifício no intuito de conseguir a joia da alma. A morte dessa personagem deixou para trás um gosto amargo, aquele que o público sente quando percebe que um grande personagem, muito pouco explorado, havia encontrado seu fim.

Bem por isso, rapidamente já se teve a notícia do desenvolvimento de um filme solo de Viúva Negra. Os fãs adoraram e a Marvel — amplamente criticada por ter uma linha bastante machista de produção (Capitã Marvel, estava em produção e ainda não havia estreado, de maneira que, até então, todos os heróis em filmes solos e todos os diretores do MCU eram homens) —, dava um grande passo no sentido da igualdade de gênero. Essa semana o filme chega aos cinemas e na sua casa com a missão de redimir, tanto a Marvel, quanto a própria Viúva Negra.

O filme tem uma aura de busca por si mesmo que lembra muito as séries da Marvel disponíveis no Disney Plus, por outro lado, acrescenta um ritmo e formato muito parecido com os filmes da franquia Missão Impossível, isso faz dele um espetáculo. A diretora, Cate Shortland, que tem uma pegada bastante indie, acerta em vários aspectos. Dentre eles, destaca-se a busca por apresentar uma história de vida para Natasha e não apenas uma origem. Ela expõe esse passado de maneira muito didática e sensível, algo que desperta a empatia do público e faz com que a heroína passe a ser vista como algo mais do que apenas inteligente e eficaz nas batalhas.

Outro aspecto positivo é sua simplicidade em relação à trama. Diferente de outros filmes do MCU, que são complexos e que muitas vezes deixam o público meio perdidos na história e contexto, Viúva Negra é simples e de fácil compreensão, além de muito pé no chão. Qualquer pessoa, até aquele que não é fã de carteirinha da Marvel vai conseguir entender e acompanhar tudo, das relações pseudo familiares até as lutas milimetricamente coreografadas.

Numa linha temporal, a trama do filme se desenvolve em algum momento após Capitão América: Guerra Civil, de 2016, e antes de Vingadores: Guerra Infinita, de 2018, por isso, não existe ainda a eminência de destruição em massa imposta pelo titã louco Thanos e outras questões menores podem ganhar importância. Nesse ponto, percebe-se, que o roteirista Eric Pearson busca dar um certo quê de militância feminista ao filme, o que é bom, pois demonstra uma boa conexão com a atualidade, visto que nunca antes se discutiu tanto sobre manipulação, tortura e abuso contra as mulheres.

O elenco, além de contar com a já reconhecidamente competente Scarlett Johansson, conta com algumas adições de peso, principalmente de mulheres. A atriz Florence Pugh é uma das que fazem a diferença na obra. Sempre que ela aparece faz questão de roubar a cena. De uma leveza e uma intensidade únicas, eu diria que Pugh seria muito bem-vinda se fosse escolhida para integrar o time de heróis na fase 4 do MCU. Além dela, Rachel Weisz também brilha forte e impõe todo o peso de sua vasta experiência em cena. Por fim, impossível não falar sobre a participação de David Harbour, que, a meu ver deveria ser maior. É dele o papel de Guardião Vermelho, a cópia russa do Capitão América. Seu sotaque e seu jeitão fazem com que o público queira conhecer mais sobre seu personagem.

Vamos à trama! No filme, Natasha Romanoff precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, Natasha terá que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores.

Por que ver esse filme? Porque se você for fã da Marvel, como eu, estará muito curioso para saber o que aconteceu em Budapeste. A pergunta, “o que aconteceu em Budapeste?”, ronda a vida dos fãs da Marvel desde o primeiro filme dos Vingadores, em 2012, quando Natasha e Gavião Arqueiro comentam sobre o acontecido. Viúva Negra promete matar essa curiosidade dos fãs e mais, fazer uma homenagem a essa heroína que foi crucial para o desfecho de Vingadores: Ultimato. Além disso, vale o espetáculo, pois, como de costume, há muita ação, explosão cenas cheias de efeitos visuais, bandidos, lutas no ar e uma história familiar muito mal resolvida e bastante disfuncional. Aproveite o filme e espere a cena pós créditos ao final. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu

Assista ao trailer:

 

Odailson Volpe de Abreu


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