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Sétima Arte - Power


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 21/08/2020
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A Netflix voltou a surpreender na semana passada e emplacou mais um lançamento exclusivo e original em tempos de vacas magras devido à Covid-19. Com um grande apelo de marketing, inclusive na TV aberta, o serviço de streaming vendeu logo de cara seu mais novo filme como um produto do mesmo estúdio que produziu seus grandes sucessos recentes: Resgate e The Old Guard. Só isso já foi o suficiente para despertar o interesse do público em geral. Sobre Power (ou Project Power, no original) a Coluna Sétima Arte deixa você super bem informado.

Vamos começar falando sobre o adjetivo “super”. Não há nenhuma dúvida de que ele já virou gênero no cinema. Ciente disso, a Netflix resolveu, mais uma vez, surfar nessa nova onda de super-heróis apostando numa história que mexe diretamente com a psique das pessoas, sobretudo dos fãs: o que aconteceria se tivéssemos a oportunidade de ter 5 minutos de poder?

É sobre essa premissa que o filme dirigido por Ariel Shulman e Henry Joost se desenvolve, mas é claro que competir num gênero onde a gigante Marvel estabeleceu as regras não é tão fácil, por isso, o filme é boa diversão, mas não é comparável a seus concorrentes. Power é a prova clara de que uma excelente ideia pode fazer um filme bom, mas, nem por isso, excelente. O pecado está justamente no roteiro, mas é aí mesmo que se esconde seu maior trunfo. 

Digo isso porque, em geral, o roteiro é sempre um grande problema para os filmes de ação. Mas, por outro lado, o público desse gênero nunca está preocupado com roteiro, pois, em síntese, para eles o que importa é “tiro, porrada e bomba”. Por isso, eu ouso dizer que Power é sim um filme muito bom, porque entrega sequencias de ação incríveis e efeitos especiais de tirar o fôlego, alguns deles ultrarrealistas a ponto de colocar no chinelo a franquia X-Men da Fox, ou seja, o filme tem tudo o que o público deseja.

Além disso, venhamos e convenhamos, os defeitos do roteiro nem são tão grandes assim, pois ele tem claramente um começo, um meio e um fim e constrói os dramas das personagens de forma muito cuidadosa. Seu defeito está no fato de explorá-los na hora errada, fazendo com que o ritmo se perca ao longo da trama. Mas isso não chega a incomodar ninguém, só que rouba do longa a possibilidade de ser o tão esperado filme excepcional.

Em compensação, seu desenvolvimento a partir do submundo de drogas, tráfico, criminalidade e corrupção é muito convincente e, nesse contexto, consegue tanto despertar carisma e empatia pelas personagens, quanto inserir vários easter eggs capazes de levar os fãs da cultura pop à loucura. As referências a Clint Eastwood ou a Batman e Robin são imperdíveis, só para citar alguns dos mais explícitos. Além de que, quando possível, são incluídos discursos que problematizam questões étnicas ou de minorias que estão bastante antenadas com as realidades dos tempos atuais.

O elenco exibe estrelas de primeira grandeza, como Jamie Foxx e Joseph Gordon-Levitt que são extremamente seguros e altamente competentes em seus papeis. Mas quem rouba a cena é Dominique Fishback que interpreta um tipo de sidekick (termo comum nas HQs e no meio pop para definir um ajudante) bem fora do padrão, pois ela é negra, adolescente e traficante. Não se engane, sua personagem é bastante interessante e de longe a melhor construída na trama. Tanto que, quando necessário, ela deixa de ser apenas uma ajudante para assumir o protagonismo, além disso, seu drama pessoal faz com que o público crie um apreço especial por ela, passando a contemplar a trama a partir de seu ponto de vista.

Falando em trama, vamos à ela! Em Power, a notícia de que uma nova pílula capaz de liberar superpotências para cada um que a experimentar começa a se espalhar nas ruas de Nova Orleans. Poderes como pele à prova de balas, super força e invisibilidade apareceram em usuários, porém, é impossível saber o que vai realmente acontecer até tomá-la. Mas tudo muda quando a pílula acaba aumentando o crime na cidade, fazendo com que um policial local se una a uma traficante adolescente e um ex-soldado com sede de vingança para combater o poder com poder, em busca da origem das pílulas.

Por que ver esse filme? Porque ele é aquele tipo de diversão de domingo à tarde que todos adoram. Focando muito mais no trio central do que nos vilões, é um filme simples, sem complicações, com muita ação, muitos efeitos visuais e a dose certa de drama para cativar o público. Caso você ainda não tenha visto, é uma excelente escolha para esse fim de semana. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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