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Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 02/09/2021
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Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis  estreou dia 02 de setembro nos cinemas

Para todo e qualquer fã da Marvel, o início da 4ª fase do Universo Cinematográfico já demorou demais. Após inúmeros adiamentos, a sensação de ansiedade para quem tem acompanhado desde o início (lá em 2008) a saga dos heróis se tornou uma verdadeira tortura. Há quem dê graças a Deus que a pandemia chegou após o lançamento de Vingadores – Ultimato, senão o estrago teria sido ainda maior. Ciente de toda essa expectativa, a Marvel/Disney resolveu entregar aos seus fãs alguns paliativos ao longo desse ano, ao mesmo tempo que media a temperatura em torno do possível sucesso de seus futuros lançamentos. Assim, o público acompanhou as séries lançadas no streaming Disney+ e também o filme Viúva-Negra, que já davam um gostinho da nova fase. Agora, essa semana, a Marvel dá o pontapé inicial em sua nova fase, trazendo novos heróis e a promessa de muita diversão. Na Coluna Sétima Arte você vai  conhecer mais sobre Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis que estreou dia 02 de setembro nos cinemas.

Primeiro, vamos falar sobre o que esperar. Ao longo da última década a Marvel esgotou a sua fórmula de sucesso no cinema, digo isso, porque a sensação que transparecia nos últimos filmes era algo como “mais do mesmo”. Obvio que foram todos grandes sucessos, isso porque o público já estava envolvido com as tramas. Mas, tirando Pantera Negra, de 2018, tudo estava muito bem formatado dentro dos padrões da Marvel. Inaugurar a 4º fase do MCU (Marvel Cinematic Universe) impôs ao estúdio uma necessidade de superar a si mesmo e eu diria mais, até mesmo de se reinventar. Diante disso, a Marvel se deu ao luxo de utilizar suas novas séries como momento de experiência e brincar, tanto com o público, quanto com a audiência. Ela trouxe histórias completamente fora dos padrões (foi assim com WandaVision, que todos achavam que era apenas um tipo estranho de sitcom nos primeiros episódios, e também com Loky, com uma trama confusa, mas com uma narrativa didática a ponto de não deixar ninguém se perder) intercaladas por uma história que seguia os passos dos filmes já consagrados (Falcão Negro e o Soldado Invernal tinha ritmo e roteiro muito parecidos com os dos filmes do Capitão América) medindo os ânimos e as reações do público confinado em tempos de pandemia.

Recentemente houve a estreia do filme Viúva Negra, mas esse não pode ser considerado como o primeiro da 4ª fase porque temporalmente estava situado nos eventos de Capitão América: Guerra Civil. Mesmo assim, essa obra já dava indícios do tom que a nova fase da Marvel traria. Agora, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis chega no melhor estilo Pantera Negra. Digo isso porque Pantera Negra foi um sucesso de público e crítica ao exaltar a cultura, a beleza e relevância da África, enquanto apresentava o um novo herói em luta com um vilão singular e muito humano, Killmonger.

Shang-Chi, dirigido por Destin Daniel Cretton, é uma clara homenagem não apenas à China, mas, principalmente, às produções cinematográficas asiáticas. O ponto alto é que, sob a tutela de Cretton, a Marvel soube conciliar bem os efeitos especiais com sequências muito bem coreografadas de luta, coisa que não se via desde Capitão América e o Soldado Invernal. Digo isso porque, nos filmes mais recentes e mesmo em alguns anteriores, as cenas de lutas eram sempre picotadas de forma a não mostrar o rosto dos dubles que faziam o papel dos atores. Isso não incomodava a todos, mas diminuía o impacto final da cena de luta. Agora, em Shang-Chi isso não acontece. O ator que interpreta o protagonista, Simu Liu, aproveitou tudo o que os atores que o antecederam puderam oferecer de melhor em relação a luta para Hollywood, pois ele é tão imponente e ágil quanto Bruce Lee, mas tão versátil e inventivo quanto Jackie Chan.

O roteiro que conta a história desse lutador foi escrito a seis mãos, sendo um trabalho conjunto realizado pelo diretor, Cretton, juntamente com Dave Callaham e Andrew Lanham, que dosam de maneira muito eficiente ação, drama e comédia. Sim, esse filme da Marvel também tem comédia! Mas esqueça aquele tom pastelão apresentado anteriormente, com uma ou outra piadinha infame inserida entre um ou outro acontecimento importante. Nesse filme o humor é muito mais maduro.

Outro grande acerto da Marvel nesse filme é seu elenco. Se Pantera Negra tinha seu elenco constituído majoritariamente por atores africanos ou afro descentes, o mesmo se repete aqui trazendo uma positiva representatividade asiática ao elenco. O protagonista interpretado pelo ator Simu Liu é a encarnação perfeita do herói, poderoso, mas também humano, com um ar vulnerável que ganha facilmente a simpatia do público. Quem coopera muito para que isso aconteça é a atriz e comediante Awkwafina (eu sou fã dessa mulher desde Podres de Ricos). A química entre ela é Simu Liu é muito natural e, diferente dos filmes anteriores, ela não é o par romântico dele, mas é uma amiga, uma parceira de vida, uma verdadeira sidekick. Com ela, o protagonista vai apresentar cenas excelentes e engraçadas, como, por exemplo, a do videokê. Além dos dois, quem também rouba a cena são a estreante Meng’er Zhang e o talentoso Tony Leung. Com destaque para Leung, que poderia ser apenas mais um vilão mafioso e estereotipado, mas que, ao melhor estilo Killmonger, entrega um personagem com motivações muito mais humanas e que fazem o expectador pensar muito antes de julgá-lo.

Antes de falar sobre a trama, quero chamar a atenção para as questões técnicas. Em geral, os filmes de luta ocidentais não se interessam tanto por construção de cena, ângulos cult ou efeitos especiais, diferente dos asiáticos, que exibem nesse tipo de película o que há de melhor em termos técnicos. Seguindo essa tendência asiática, você terá um verdadeiro show em Shang-Chi, o trabalho de fotografia, direção e arte, são espetaculares. Sobre isso, só posso aconselhar: fique atento aos flashbacks. Vamos à trama!

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis conta a história de um jovem chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho.

Por que ver esse filme? Primeiro, porque é um filme de luta. Mas também, porque é um filme que fala sobre família e suas relações quase sempre complicadas. Segundo, porque é um filme de origem que não mantém o foco apenas em seu protagonista, mas que se expande apresentando muitas particularidades sustentadas principalmente pela rica cultura asiática. Além disso, a mescla perfeita entre luta, drama e efeitos especiais faz desse filme uma diversão perfeita para o fim de semana prolongado. Aproveite e boa sessão!

Assista ao trailler:

 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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