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Sétima Arte


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 30/11/2018
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A grande estreia desta semana se revelou um grande fiasco. Uma história conhecida por todos, que já foi contada e recontada inúmeras vezes, ganhou mais uma adaptação ao cinema com a promessa de ser algo novo, mas na verdade, o que se apresenta é uma obra bastante desnecessária. Robin Hood – A Origem está essa semana na Coluna Sétima Arte.

Algumas obras foram tão adaptadas para o cinema e mídias afins, que beiram a exaustão. Uma delas, com certeza, é a lenda de Robin Hood. Desde desenhos animados, até referências em séries, passando pelo cinema, a história do ladrão que rouba dos ricos para dar aos pobres vem, ao longo dos anos, perdendo seu brilho e sua capacidade de encantar. Mesmo assim, ganhou orçamento suficiente para se tornar uma grande proposta para o cinema de 2018. Pena que o resultado final não atenda as expectativas.

A aposta era boa, montar uma equipe técnica de talentosos profissionais em início de carreira e emplacar um novo olhar sobre uma história já consagrada. Os escolhidos para a empreitada foram os novatos Ben Chandler e David James Kelly como responsáveis pelo roteiro e o badalado diretor da série Black Mirror, Otto Bathurst, como responsável pela direção. Tinha tudo para dar certo, mas deu muito errado. Tanto, que o índice de aprovação desse filme no renomado site Rotten Tomatoes (até o fechamento dessa crítica), era de míseros 17%, algo realmente para se envergonhar.

O que houve de errado? Uma sucessão de decisões mal tomadas somadas a uma dose exagerada de liberdade artística. Vamos começar pela ambientação de época. Até mesmo as crianças sabem que a lenda de Robin Hood se passa no período das Cruzadas, logo, é um conto tipicamente medieval. Isso obriga qualquer produção que se proponha a retratar esse período a manter um mínimo de ambientação medieval, mas o filme foge desse pré-requisito e se dá ao direito de modernizar roupas e recriar uma Idade Média exageradamente limpa, até a sujeira parece organizada. Além disso, dificilmente existiram pessoas com macacão ou piercing nesse período.

Sobre a direção, o que se apresenta é uma tentativa vã de Bathurst de recriar nesse longa o estilo do diretor Michael Bay. Por isso, cada cena tem desnecessariamente inúmeros ângulos e uma quantidade exagerada de Slow Motion, seja para dar ênfase em chamas, em flechas ou em caras de dor. Há algum tempo uma cena de ação que exibisse seu clímax em Slow Motion era algo realmente fascinante, mas, na atualidade, se não for para compor uma narrativa, essa técnica se torna totalmente dispensável.

Roteiro e trama também não funcionam bem. O protagonista, mesmo sendo interpretado por Taron Egerton, um ator que eu, particularmente, considero como muito competente e carismático, não consegue se conectar com o público. O triângulo amoroso central é completamente falho e desconexo. O vilão, infelizmente desprovido de qualquer motivação e seriedade, faz o estilo mau por mau, o que já não funciona mais nos dias de hoje. Por fim, os personagens que deveriam servir de apelo cômico possuem um péssimo timing para as piadas, tornando o longa ainda mais enfadonho. 

Incrível é acreditar que um elenco com tantas estrelas faça parte dessa obra que, a meu ver, é um forte candidato ao prêmio Framboesa de Ouro (prêmio destinado ao que há de pior na produção cinematográfica) do próximo ano. Fazem parte do elenco, além de Taron Egerton, de Kingsman, os atores, Jamie Foxx, de Django Livre e Jamie Dornan, astro de Cinquenta Tons de Cinza. Nenhum deles capaz de salvar o desastre que o filme se tornou.

Vamos à trama, mesmo ela já sendo bastante batida (risos)! A história busca contar a origem da famosa lenda sobre o ladrão que rouba dos ricos para dar aos pobres. Robin Hood volta das Cruzadas e se surpreende ao encontrar a Floresta Sherwood infestada de criminosos, no mais completo caos, por isso, ele não deixará que as coisas permaneçam desse jeito.

Por que ver esse filme? Caso você goste de um filme que tenha vários tipos de ação gratuita, sem muito enredo e não exigindo muito para pensar, esse é seu filme! Você terá arcos e flechas sendo utilizados como se fossem metralhadoras e carroças compondo eletrizantes cenas de ação no melhor estilo Velozes e Furiosos. É um filme simples, apenas para diversão.

Mas, caso você queira algo um pouco mais substancioso, eu indico que você veja o Terror O Cadáver. Ele traz a história de Megan Reed (Shay Mitchell), uma policial reformada que tem lutado contra os vícios. Ela está prestando serviços comunitários no necrotério de em um hospital, como um pagamento para o tratamento que a deixou sóbria. Tudo, entretanto, torna a história muito mais macabra depois que um cadáver misterioso, com possíveis sinais de possessão, é encontrado no local. Um filme mais pesado, mas realmente interessante. Boa sessão!

 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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