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Sétima Arte - A Caminho de Casa


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 01/03/2019
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Ainda estamos na ressaca do Oscar 2019, mas tem novidade chegando ao cinema, por isso a Coluna Sétima Arte informa você sobre o que esperar a respeito do principal lançamento dessa semana, o drama/aventura A Caminho de Casa.

Vamos começar falando de Oscar! Ao contrário do que muita gente previa, a cerimônia sem um apresentador fluiu muito bem e foi mais agradável do que edições anteriores. A dinâmica do evento foi muito boa e as participações de inúmeras estrelas dividindo o palco deu um novo frescor à cerimônia. Além disso, o que mais chamou a atenção foi um grande equilíbrio nas premiações. Ao que tudo indica os jurados votantes da Academia Cinematográfica de Hollywood se encontram mais politizados e parece que o tempo da exaltação de apenas uma grande obra passou. Outro aspecto que chama atenção é que o Oscar está muito mais pop, premiando filmes aclamados mais pelo público do que pela crítica. Algo realmente positivo, já que é o público o principal termômetro de qualquer obra.

Foi interessante ver, que muitos filmes ganharam poucos Oscars, dessa forma, todo mundo saiu feliz! O principal prêmio da noite ficou a cargo do filme Green Book: O Guia, um dos meus favoritos, com um roteiro interessante e desenvolvimento de trama extremamente agradável, ele surpreendeu ao receber essa premiação. Já tem gente por aí chamando esse obra de “meu filme preferido de natal” (risos) e quem viu o filme Green Book sabe que isso faz muito sentido. Roma, de Alfonso Cuarón, que era a principal aposta da noite abocanhou três estatuetas, incluindo o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (o que seria um equivalente a melhor filme, mas dedicado a produções de língua não inglesa), o que foi muito justo, além disso, ele levou também o Oscar de Melhor Direção, o que já era realmente de se esperar, já que o filme de Alfonso Cuarón é um verdadeiro primor. 

Bohemian Rhapsody, que foi o ganhador de maior número de prêmios na noite, não foi necessariamente o filme mais interessante e isso ficou bem claro ao receber mais Oscar técnicos do que os prêmios ditos “relevantes”, salvo o Oscar de Melhor Ator que ficou com Rami Malek. Ele fez um bom trabalho, mas nem todo mundo concorda, isso foi algo que deixou uma multidão de críticos bastante irritados. Mas, justiça seja feita, por mais que A Favorita seja um filme difícil, a atuação das atrizes era incrível (como comentei na Coluna da semana passada), por isso o Oscar de Melhor Atriz concedido a Olívia Colman foi mais que justo. Por fim, não dá pra deixar de comentar sobre o Oscar de Melhor Canção entregue a Lady Gaga e sua performance dessa música durante a cerimônia. O dueto realizado por ela e pelo ator Bradley Cooper e a intensa troca de olhares entre os dois mostrou ao mundo que há muito mais do que apenas parceria de trabalho rolando entre os dois (risos).

Agora, vamos deixar de lado as fofocas do Oscar e vamos focar na estreia dessa semana. O comovente A Caminho de Casa. O filme é um drama típico dos anos 1990, daqueles que a gente assistia na sessão da tarde. Tem cachorro, tem problema, tem perigo, tem jornada a ser vencida e tem o final que todo mundo espera.

Dramas envolvendo pets são fórmula certa para o sucesso, veja por exemplo, o grande sucesso de Marley & Eu, de 2008, ou mesmo Sempre ao Seu Lado, de 2009. Diferente destes dois filmes, a estreia dessa semana está mais próxima de filmes mais antigos como Shiloh, de 1996, devido a extrema inocência que ele apresenta.

A trama conta a história de Bella, uma cadelinha especial que vive com Lucas, um estudante de medicina veterinária que trabalha como voluntário em um hospital local. Um dia ela é encontrada pelo Controle de Animais na rua e acaba sendo levada para um abrigo a 400 milhas de distância de seu dono. No entanto, Bella, uma cachorra extremamente leal e corajosa, decide iniciar sozinha uma longa jornada de volta para a casa, emocionando a todos que cruzam o seu caminho.

Você deve estar se perguntando: por que o Controle de Animais a leva para tão longe? Isso acontece porque, conforme o filme, existe uma lei local que proíbe a qualquer morador da cidade ter como animal de estimação cachorros de determinada raça. Parece inverossímil, pois é evidente que essa não é a raça de Bella, mas mesmo assim, chama a atenção para o preconceito que foi estabelecido ao longo do tempo contra algumas raças de cães. O filme mostra indiretamente que não é a raça que define se o cachorro é dócil ou não, mas a forma como ele é tratado.

A partir disso, vale a pena destacar que a trama traz uma jornada cheia de aventuras, encontros e desencontros, tudo narrado pela voz de Bryce Dallas Howard, que interpreta a cachorrinha. O recurso de narrativa é interessante, mas as vezes torna-se desnecessário, já que a própria cena indica o que acontece. Digamos que nesse quesito o diretor Charles Martin Smith peca por didatismo em excesso. Outro ponto negativo, que incomoda bastante são os efeitos visuais amadores, eles fazem com que você realmente acredite que o filme foi produzido durante os anos 1990. 

Por que ver esse filme? Se você gosta de filmes com animais, essa é uma boa pedida, haja vista que esse estilo de filme tem se tornado cada vez mais escasso no mercado cinematográfico. Além disso, ele traz uma trama que é previsível e agrada em cheio as crianças. Alternando uma narrativa, ora tocante, ora engraçada, o filme apresenta alguns clichês que chegam a ser até mesmo engraçados, como por exemplo a cena do supermercado. Um filme leve, que apresenta alguns problemas técnicos, mas que não desagrada a ninguém. Se você é fã dos filmes da época de ouro da Sessão da Tarde, não pode perder. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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