União pelo bem comum
Não é tarefa fácil como aparenta, pensar e promover o bem comum. Principalmente em tempos sociais, éticos e políticos marcados pelo individualismo e também pela intolerância, causadora de divisões e conflitos. Neste aspecto, nossa recente experiência eleitoral, não deixa de ser positiva, pois aponta exatamente esta dificuldade, ressaltando um fator importante para reflexão e ação em comum: a urgência de mais união pelo bem comum e diminuição das divisões internas.
Nesta exposição de ideias, penso em destacar o conceito de comunidade como direcionador da nossa reflexão. Comunidade que pode ser definida como “um grupo de indivíduos que vive em um mesmo local ou que apresentam características específicas em comum”. Uma outra descrição, me parece mais adequada, ao destacar a comunidade enquanto: “o estado de compartilhar ou ter certas atitudes e interesses em comum”. Ora, em uma república democrática como a nossa, compartilhar o bem comum deve ser prioridade de todos, sejam tanto os governantes quanto os governados.
Após a consolidação do resultado das eleições, precisamos agora agir em união pelo bem comum. Deixar de lado disputas e rancores de fundo ideológico. Trabalhar com a perspectiva de construir uma comunidade social e política que possa se unir e promover mais e mais o bem comum. Creio que passadas as eleições, nossa atitude necessita ser não mais “eu e eles” ou “nós contra eles”, mas sim buscar solidificar mais uma atitude semelhante ao “Nós Somos Um”. Nos constituirmos como um povo unido, compondo uma comunidade mais solidificada e fortalecida democraticamente.
Haverá conflitos? Obviamente que sim. Inclusive fazem parte não apenas da existência humana como também da convivência política democrática e republicana. Não está se fazendo aqui neste artigo, qualquer apologia a utopias, mas sim refletindo-se que na condição de um povo, precisamos nos unir mais entorno do bem comum, promovendo maior equidade, justiça, respeito, solidariedade e sociabilidade. Destaco a noção da filosofia africana Ubuntu que se localiza no centro de poder em uma comunidade na qual uma multidão, coesa e unida, pode trabalhar para que todos possam usufruir mais do bem comum. Termino nossa exposição de ideias com um provérbio africano: “Se quiser ir depressa, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá junto”. Penso que devemos ir juntos e unidos.
Rogério Luís da Rocha Seixas
Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com