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Uma Providência Particular


Por: Fernando Razente
Data: 12/09/2022
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Romanos 1.6(a): “[...] de cujo número sois também vós”

 

Na semana passada vimos que o ministério de Paulo na pregação do evangelho estendia-se para além das fronteiras étnicas do judaísmo, alcançando todas as nações não-judias, os chamados gentios. Mostramos, com base nisso, que a família de Deus é grande! Hoje, veremos Paulo incluir, de maneira mais direta e pessoal, pela primeira vez os seus destinatários romanos na classe dos gentios: “[...] de cujo número sois também vós(Rm 1.6a).

Recordemos mais uma vez que Paulo foi chamado e separado para pregar o evangelho de Deus, com respeito ao seu Filho, Deus-Homem, Jesus Cristo, com fidelidade ao Nome e com testemunho de obediência por fé entre todas as nações (Rm 1.1-5); mas agora, eis que surge uma informação especial: esse chamado divino de pregar, para Paulo, incluía de modo específico os romanos dentre todas as nações da terra! E isso é incrível!

Por quê? Porque sabemos que, de maneira extraordinária, Jesus falou especificamente a Paulo sobre os romanos quando o apóstolo estava preso em Jerusalém: “Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma.” (Atos 23.11).

Em outras palavras, era da vontade de Jesus que dentre os muitos gentios que Paulo deveria evangelizar, ensinar e exortar, os romanos, de maneira particular, fossem um desses povos. Paulo entendia com isso que a execução fiel do seu chamado incluía a sua estada entre os romanos, pois o próprio Cristo, por assim dizer, colocou na lista de missão do apóstolo a cidade de Roma; e, por isso, Paulo não poderia ignorar e nem os romanos rejeitar recebê-lo.

É possível dizer que Paulo se negar a ir para Roma ou Roma negar o ministério de Paulo equivaleria dizer que a história (o palco das obras de Deus) foi capaz de negar o propósito soberano do Deus-Homem, Jesus, para a própria história; mas, como aprendemos nas Escrituras, nada é capaz de impedir os planos de Deus (Jó 42.2) e todos os dias dos homens  — e suas histórias nos detalhes mais específicos  — já foram escritos e determinados pela perfeita vontade do Criador (Salmo 139.16).

Por isso, não é sem razão que a Bíblia nos informa que Paulo, de fato, foi até Roma guiado pela poderosa mão de Deus mesmo em meio a muitos desafios, e também sabemos que os romanos também fizeram sua parte e receberam o apóstolo com alegria (Atos 28.15). Essa sucessão de acontecimentos do primeiro século registrados nas Escrituras não ocorreu por um acidente da história, nem por um fluxo cego e sem sentido de concatenações sociais e muito menos por “uma dança macabra de autômatos” guiados por um destino impessoal.

Na verdade, cada detalhe dessa união de Paulo com os romanos, desde o aparecimento de Cristo a ele, até sua viagem dramática e sua estada em Roma, foi predeterminado pela mais pura e maravilhosa “[dispensação] da divina providência celestial e santa”, conforme destacou o pastor puritano Samuel Lee (1625-1691).

Ou seja, tanto o ministério de Paulo, como a salvação e edificação dos romanos (pois lá haviam cristãos e incrédulos) estavam nas mãos de Jesus que de modo maravilhoso providenciou um para o outro, em prol do avanço do seu Reino e a glória de seu Nome. Como sintetizou bem o teólogo alemão Karl Barth (1886-1968): “O mesmo Deus que fez de Paulo o Apóstolo dos Gentios, pensou também nos cristãos de Roma para trazê-los ao seu reino, próximo a vir.”

Na semana que vem, se Deus permitir, veremos quem são os romanos da perspectiva paulina. Até a próxima e que Deus te abençoe!

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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