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Um caso de castigo escolar


Por: Dr. Felipe Figueira
Data: 15/06/2023
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Conheço vários relatos de castigos escolares, inclusive envolvendo familiares, como o meu avô paterno e a minha mãe, mas, para a minha sorte, não fiz parte dessa época. Contudo, como uma época não termina do dia para a noite, pude sentir, ainda que em um único episódio, um caso de castigo.

Quando eu tinha sete anos, eu era uma criança que gostava de brincar em sala. Ao lembrar isso eu próprio estranho, pois hoje me considero alguém de temperamento moderado para tímido. O fato é que a minha ex-professora passou a implicar comigo, do modo de falar ao jeito de andar, e, em uma das repreensões, me beliscou. Mais do que doer o braço, doeu a minha alma.

O tempo se passou e eu me tornei um aluno tímido e dedicado. Sempre no meu canto, nunca me envolvi em conversas extravagantes que pudessem atrapalhar o andamento das aulas, ao menos é isso o que até hoje ouço dos meus ex-professores. Com a vida de adulto veio o magistério, e, por meio dele, surpresas, como a de ter lecionado para o filho da professora que me beliscou. Quando eu a via, porém, não havia menção ao fatídico episódio, e ela, a todos dizia: “O meu ex-aluno é professor do meu filho. Que orgulho!” E, para deixar registrado, eu jamais torci o braço do menino.

Dr. Felipe Figueira

Felipe Figueira é doutor em Educação e pós-doutor em História. Professor de História e Pedagogia no Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Paranavaí.


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