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A docência e o amor


Por: Dr. Felipe Figueira
Data: 19/11/2025
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Quando começa uma aula? Quem disser que se inicia quando o professor pisa os pés em sala... errou com distinção e louvor. Uma aula é um movimento incessante, que formalmente se inicia quando o professor passa pela porta da sala, mas que na prática é um ato contínuo.

Quando o professor está com um livro em mãos, está em sala; quando ele está em casa, descontraído, e se lembra dos alunos, ele volta à aula; quando o professor se preocupa com o que dizer nas redes sociais, em parte por causa dos alunos, ele também está em aula. Tudo isso nada tem de opressão, mas de amor, cuidado.

Quando um professor sai de sala e deixa o quadro limpo, isso é um sinal de respeito ao colega que entrará, aos alunos (pois estes ganharão tempo da outra matéria) e à própria profissão.

Quando um professor chega e sala no horário, quando se empolga em um assunto, mas sem se perder, para que, assim, os alunos não fiquem perdidos, isso é amor e cuidado.

Tudo o que foi dito até agora faz parte de um perfeccionismo docente, mas um perfeccionismo diferente, como dizem Masschelein e Simons (2019): “É o perfeccionismo do professor de inglês que exige respeito e atenção à língua. As coisas têm de ser corretas. Não só prepara sua aula, mas também a si mesmo. É alguém que se empolga e trabalha a sua atenção, concentração e dedicação, de modo que possa permanecer encarnado e inspirado na frente de sua classe” (p. 80).

Tudo isso faz com que a aula seja mais que um momento profissional – que é muitas vezes banal -, mas um acontecimento onde mundos são desvelados. Claro que apesar de todo cuidado do professor a aula pode não ser bem-sucedida, isso realmente acontece, mas não é porque o imprevisto faz parte da vida, do fazer docente, que a preparação deve ficar de lado, na verdade, o contrário é verdadeiro: o professor se prepara justamente para que exista uma rica ordem em sua sala. Conforme se extrai deste texto, ser professor é mais do que transmitir conhecimentos.

Dr. Felipe Figueira

Felipe Figueira é doutor em Educação e pós-doutor em História. Professor de História e Pedagogia no Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Paranavaí.


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