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Travessias


Por: Dr. Felipe Figueira
Data: 24/08/2023
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Pequenos exemplos escolares

         Há pessoas em uma escola que são responsáveis por não deixar a “peteca cair”. E o que seria essa “peteca”? A qualidade do ensino, o bom clima entre os colegas de trabalho, o ânimo e a disciplina dos alunos, dentre vários outros pontos.

        Ao longo de treze anos de carreira já lecionei no Colégio Nobel de Paranavaí (2011-2014), Fundação Bradesco (2011), Instituto Federal do Paraná (2012-), Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (2013) e fui tutor do curso de História da Universidade Estadual de Maringá (2012-2013). Em todos esses lugares tive a oportunidade de trabalhar com excelentes pessoas e profissionais, e no Colégio Nobel convivi com o professor Cleiton Palangana, tanto como aluno (estudei um semestre no cursinho pré-vestibular em 2006) quanto como colega de trabalho.

        Em escolas, sejam elas públicas ou privadas, é comum que um professor ou outro possa se ausentar de suas aulas. É nesse momento que que é necessário ter no ambiente de trabalho boa convivência e colegas dispostos a substituírem uns aos outros. Às vezes a substituição não é das tarefas mais simples, ainda mais quando não se trata de só uma aula, mas de uma semana. É ruim quando os alunos ficam com “janelas” (espaços sem atividades).

        Quando fui aluno no cursinho pré-vestibular do Nobel, volta e meia um professor precisava faltar. O que acontecia? Aula de Química, já que o professor Cleiton lecionava essa disciplina. Não havia espaço vazio para os alunos, pois esse professor, que também é um dos donos do Colégio, estava sempre à disposição. Surgia até a brincadeira: “mais Química?”. Mas, poucas pessoas realmente se importavam com a frequência mais constante dessa ciência, na medida em que as aulas eram acima da média.

        Outro aspecto a ser elencado nesse texto, e agora já sob o horizonte da convivência docente, é que um bom gestor faz toda diferença para um ambiente de trabalho saudável. Todo mundo possui defeitos, no entanto, para que exista uma boa convivência as qualidades têm de se sobrepor. É preciso que o gestor motive as demais pessoas a darem o melhor de si sempre. Isso parece um clichê, mas não deixa de ter razão.

        Quando passei a lecionar Filosofia e Sociologia no Nobel, ajudei o professor Cleiton a cobrir as ausências dos demais colegas. Ao mesmo tempo que eu aprendia a lecionar, eu também recebia uma remuneração maior no final do mês. Além das aulas, também pude desenvolver projetos, aulas no cinema e debates com os meus alunos.

        Uma vez eu precisei me ausentar do serviço e a quem eu recorri? Ao mestre de Química. Porém, de última hora eu pude chegar a tempo para lecionar e isso me rendeu uma história engraçada. As aulas no Nobel começavam às 07:30. Quando eu cheguei, o professor Cleiton já estava indo para a sala. Ao me ver, apenas disse: “Poxa vida, justo hoje que eu ia começar academia, justo na hora que eu já estava na porta do lugar tive que te substituir e agora você está aqui.” Não daria para ele voltar para a academia, pois uma hora e meia depois ele teria aula para ministrar.

        O que se percebe é que a disposição para lecionar, para ajudar outros colegas e para não deixar a “peteca cair” são exemplos simples, mas que no dia a dia fazem toda a diferença para que as coisas funcionem.

Dr. Felipe Figueira

Felipe Figueira é doutor em Educação e pós-doutor em História. Professor de História e Pedagogia no Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Paranavaí.


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