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TENHO UM ALFABETO DAS ANGÚSTIAS QUE SINTO


Por: Simony Ornellas Thomazini
Data: 03/05/2019
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No texto de hoje apresento uma pequena crônica escrita em primeira pessoa sobre as angústias que nos acomete, e a saída para elas está para cada um. Não havendo segredos, fórmulas, dicas ou receita de bolo, cada pessoa deverá responsabilizar-se por aquilo que sente e se perguntar: “De onde veio isso?” Mais do que saber as respostas, são as perguntas que nos salvam.

Tenho um alfabeto das angústias que sinto, assim como tenho um arco-íris minimalista que se transfigura de acordo com algumas vivências. Minhas angústias mudam continuamente tal como as estações do ano. E não poderia ser diferente já que quanto mais vivo, mais coloco-me diante do imprevisível e sem garantia alguma que é a vida.

Percebo que há angústias que mudam de tom e dor. Não doem mais. Ou ainda existem aquelas que doem menos. E há também aquelas que por vezes em desconhecer qual a origem, faz-me questionar-me incansavelmente até poder dar um nome. Quando posso enfim nomeá-la, ela muda de cor. Essa passagem ao ato eu chamo de desejo.

Aquela angústia que antes causava desconforto transformava-se em movimento, logo, em vida que pulsa. Minhas angústias pulsam. Não me deixam dormir, e sinto-as todas no corpo, mais uma razão para querer ouvi-las.  Ficar fixada numa angústia é perda de vida. É patológico estar fixado num lugar por muito tempo, portanto, minhas angústias são o caminho direcionando-me aonde ir e o momento de parar.

Os sinais são claros, e Lacan também já havida dito que a angústia é o único afeto que não engana, por que eu haveria de enganar-me? A cada angústia uma palavra. E a cada palavra, movimento, ação:

Desejo;

Vida. 

Simony Ornellas Thomazini


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