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Tempo e Jungle Cruise


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 29/07/2021
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Duas estreias marcam os cinemas nesse fim de semana, o esperado terror intitulado Tempo, de M. Nigth Shyamalan e a superaventura recheada de fantasia Jungle Cruise. Estilos diferentes para atender uma parcela cada vez maior de público disposta a fazer um passeio aos cinemas, mesmo em tempo de pandemia. Sobre essas obras a Coluna Sétima Arte vai deixar você muito bem informado.

Vamos primeiro comentar sobre o terror, com destinação voltada para o público adulto, Tempo. O diretor M. Nigth Shyamalan elevou de maneira geral as expectativas sobres suas obras no final da década de 1990. Após entregar ao público uma estupenda reviravolta em Sexto Sentido, de 1999, as pessoas passaram a sempre esperar mais de seus filmes. Nessa trilha, ele sempre entregou longas muito bem feitos, com histórias surpreendentes, intrigantes e uma qualidade técnica excelente, mas nem todos capazes de agradar a público e crítica como fez Sexto Sentido. É difícil atender às expectativas de todos, pois hora o filme era aclamado pela crítica e odiado pelo público ou vice-versa. Independente disso, ele conta em sua filmografia com verdadeiras pérolas, como Corpo Fechado, de 2000, Sinais, de 2001 e A Visita, de 2015.

Conhecido por fazer verdadeiros milagres com um orçamento enxuto, ele sempre soube investir mais na trama do que em recursos externos, como, por exemplo, efeitos especiais. Esse diferencial lhe rendeu um grande e fiel número de fãs ao redor do mundo. Bem por isso, mesmo que não seja excessivo, o lucro é sempre garantido para qualquer uma de suas obras. Com Tempo não foi diferente, esse filme estreou no fim de semana passado nos Estados Unidos e ficou em primeiro lugar em bilheteria, desbancando o blockbuster Space Jam: um Novo Legado e superando a estreia de G.I. Joe: Snake Eyes. Nada mal para um filme de terror em plena pandemia e olha que sobre esse filme, tanto o público quanto a crítica estavam bastante divididos.

Mas, afinal, porque ele foi um sucesso em seu fim de semana de estreia nos cinemas estadunidenses? Simples, a curiosidade! Muita gente queria ver com os próprios olhos a trama de lapso temporal intrigante apresentada nos trailers. Todo filme desse diretor é sempre uma experiência e, bem por isso, vale a ida ao cinema, tanto que um dos críticos especializados comentou que durante o filme, ou você está comprometido de vez com a história ou ansioso para ir embora.

Na trama uma família viaja para uma ilha tropical. Quando chegam a uma praia deserta, algo estranho começa a acontecer, eles passam a envelhecer rapidamente. Dessa forma, anos inteiros se passam em questão de minutos. Eles, então, precisam descobrir o que está acontecendo antes que suas vidas cheguem ao fim repentinamente.

Com um elenco encabeçado pelo aclamado ator Gael Garcia Bernal, o diretor chama atenção ao abrir mão de efeitos especiais e maquiagem pesada para apresentar o envelhecimento de seus personagens. Para resolver o problema ele escalou outros atores, mais velhos para substituí-los. Só isso já faz o filme valer a pena, pois ele dirige cada ator diferente de maneira que o público acredite plenamente no envelhecimento. O estranhamento e a curiosidade são os fios condutores desse terror com grandes toques de suspense, mas seu final divide opiniões. Vale a pena conferir para tirar as suas próprias conclusões.

O melhor sempre fica para depois. A outra estreia da semana, Jungle Cruise, chegou nos cinemas e também na sua televisão por meio do (caríssimo) premier accessdo Disney Plus. Da mesma forma que a franquia Piratas do Caribe, Jungle Cruise é inspirado numa das atrações do parque temático da Disney. Esse brinquedo foi inaugurado juntamente com o parque e se resume a um passeio de barco pelos rios dos continentes Africano, Asiático e da América do Sul. Um dos seus diferenciais é o capitão do barco, uma figura no melhor estilo “tiozão do churrasco” com suas piadas que, de tão fracas, se tornam engraçadas.

O diretor espanhol Jaume Collet-Serra sempre deixou claro que sua intenção com Jungle Cruise era levar para os cinemas uma história que tivesse um ar de aventura dos anos 1980. Tanto que ele sempre utilizou como referência para comentar sobre esse filme os clássicos da Sessão da Tarde: Indiana Jones e Tudo Por Uma Esmeralda. Isso ele conseguiu fazer com maestria, pois o filme realmente é pura diversão e vai conquistar tanto o público mais velho e nostálgico, quanto as crianças e os mais jovens.

Nessa empreitada o elenco ajuda muito. Envolvido na produção do filme muito tempo, o ator Dwayne Johnson que interpreta o tiozão, digo, capitão do barco foi responsável por angariar a presença de ninguém menos que a supertalentosa Emily Blunt para o filme. Isso mesmo, a mesma protagonista do filme que comentei na semana passada, Um Lugar Silencioso – Parte 2, está de volta como protagonista no filme dessa semana (isso que é mulher comprometida com o trabalho – risos). A personagem de Blunt lembra muito o próprio Indiana Jones, mas com os trejeitos femininos muito parecidos com aqueles de Kathleen Turner em Tudo Por Uma Esmeralda. A química entre ela e Johnson é altíssima, fazendo com que formem uma dupla diferente, mas muito eficaz de heróis, deixando de lado todos os estereótipos. Já o alivio cômico fica por conta de Jack Whitehall, que apresenta um personagem bastante caricato, mas muito encantador.

O roteiro é simples e de fácil acesso a todos, mas se estende demais em certos pontos. Isso não chega a ser um problema, mas, a meu ver, um filme mais sucinto teria tornado a experiência ainda mais agradável. Independentemente do ritmo, que às vezes fica um pouco lento, os plot twists garantem o interesse e a diversão ao longo da trama. Falando em trama, ela tem algo que nos interessa particularmente, o desenvolvimento da história se dá no Brasil, na floresta Amazônica. O público vai adorar, por exemplo, ver a cidade Porto Velho em pleno início do século XX. O fato do filme ser de época também abre espaço para outro aspecto técnico que salta aos olhos, os figurinos. Como ele se passa no período da 1ª Guerra Mundial, as roupas chamam a atenção não apenas pela beleza, mas pela veracidade que transparecem.

Vamos à trama! Jungle Cruise gira ao redor de Frank Wolff, capitão/tiozão do barco La Guilla. Ele é contratado pela Dra. Lily Houghton e por seu irmão McGregor para levá-los em uma missão pelas densas florestas amazônicas com a intenção de encontrar uma misteriosa árvore com poderes de cura que poderá mudar para sempre o futuro da medicina. No caminho, eles viverão inúmeros perigos, enfrentando animais selvagens e até mesmo forças sobrenaturais.

Por que ver esse filme? O filme traz um ar típico de “sessão da tarde” que faz dele um verdadeiro evento. Se você, como eu, é fã das aventuras de Indiana Jones, vai adorar a trama e vai encontrar várias semelhanças, inclusive nos vilões, ou pseudo vilões. Além disso, por mais que o longa seja inspirado numa atração que existe mais de 66 anos, ele não é datado, pelo contrário, está muito antenado aos dias atuais. Ao longo de sua narrativa apresenta temáticas relevantes de forma bastante discreta, mas muito positiva, tais como igualdade de gênero, valorização da natureza e dos povos indígenas e respeito pelo diferente. Um delicioso filme feito para toda a família e com potencial para se tornar a nova franquia de aventura da Disney, seguindo os mesmos passos de Piratas do Caribe. Boa Sessão!

Odailson Volpe de Abreu

Assista aos trailers:

 

 

Odailson Volpe de Abreu


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