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Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 13/07/2023
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Hollywood, ultimamente, parece ter se esquecido de muitos de seus gêneros que são favoritos do grande público. Drama, romance, comédia e, como dito na Coluna da semana passada, até mesmo o terror estão em baixa nos cinemas atualmente, contando apenas com um ou outro lançamento bastante acanhado. No entanto, o que parece estar mais em alta do que nunca é o gênero ação! Não há dúvidas de que esse é o gênero queridinho do público e, principalmente, não há quem não goste de um bom filme de ação com dose extra de adrenalina. Apenas para constar, esse ano já tivemos o fabuloso John Wick 4 – Baba Yaga, Velozes e Furiosos 10 e no streaming recentemente foi lançado o subestimado, mas eletrizante, Resgate 2. Agora, chegou ao cinema a primeira parte da história que promete (digo promete porque dificilmente esse tipo de ameaça se cumpre na indústria do cinema) encerrar a presença de Ethan Hunt na franquia Missão Impossível, com o espetaculoso Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1.

Esse é o sétimo longa da franquia e parece que uma eternidade separa essa obra daquela dirigida por Brian de Palma em 1996. Como na última semana comentei rapidamente sobre a franquia Sobrenatural, para manter o mesmo padrão, vou considerar alguns pontos a respeito da franquia Missão Impossível essa semana também.

Missão Impossível tem suas bases fortes na ação e na espionagem que teve início em 1996 com o lançamento do primeiro filme. Ao todo a franquia já conta com sete filmes lançados e um oitavo planejado para o futuro próximo. Essa longevidade é um reflexo do sucesso do gênero junto ao público. Com uma mescla de 007 com filmes de “tiro, porrada e bomba”, Missão Impossível mantém acesa a chama do interesse junto ao público que sempre aguarda com avidez a próxima aventura.

Outro aspecto interessante da franquia é a presença sempre marcante de Tom Cruise como protagonista. É indiscutível o fato de que Cruise é o rosto da franquia Missão Impossível. Sua dedicação às cenas de ação e seu comprometimento em realizar suas próprias acrobacias, dispensando a presença de dublês, contribuem para a autenticidade das sequências de ação desses filmes. Inclusive, algumas manobras malsucedidas por ele durante certas gravações já atrasaram o lançamento de um filme da franquia.

É preciso destacar também que a rotatividade de diretores, com contribuições e até mesmo estilos diferentes, colaborou para que a franquia permanecesse viva e lucrativa por tanto tempo. A franquia Missão Impossível teve diferentes diretores, cada um trazendo seu estilo e abordagem única. Isso permitiu que a série explorasse diferentes tonalidades e estéticas em cada obra.

Algo marcante em cada filme são suas sequências de ação, sempre emocionantes e espetaculares. O público sempre espera conferir em cada filme as perseguições de carros e também as escaladas em arranha-céus, o suprassumo do cinema de ação. Um outro ponto forte é o esmero de seus roteiristas, isso porque cada obra, mesmo tendo sua própria trama independente, mantém uma narrativa geral que se conecta com os filmes anteriores, trazendo de volta tanto personagens recorrentes quanto elementos das tramas já ocorridas.

Tendo isso claro, vale a penas considerar alguns fatos importantes sobre Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1. A meu ver, o aspecto mais relevante e urgente da trama é a maneira como ela explora os medos e as incompreensões do tempo presente ao qual estamos vivendo. Partindo disso, o novo filme dessa franquia aborda em tempo real o risco e o medo que a humanidade (ou pelo menos parte dela) tem manifestado a respeito da rápida e eminente utilização de inteligência artificial nas mais variadas áreas ao redor do mundo. Por exemplo, o filme é lançado ao mesmo tempo que a indústria cinematográfica de Hollywood enfrenta uma crise gerada pela greve de roteiristas, motivada justamente pela discordância desses profissionais em relação à utilização abusiva dos estúdios por inteligências artificiais para a criação de roteiros.

A arte sempre imita a vida, mas poucas vezes foi possível presenciar um timing tão assertivo da Sétima Arte para com a realidade. Partindo disso, é possível afirmar logo de cara que Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 busca fugir da fórmula batida de filmes de espionagem que fundamentam os riscos das tramas exclusivamente em bombas nucleares ou armas biológicas e dá um passo à frente, abordando de forma eficaz uma temática extremamente relevante e antenada com o presente.

Se entre as décadas de 1980 e 1990 a franquia O Exterminador do Futuro, sob o comando de James Cameron, já aterrorizava os fãs do gênero ação com o poderio da inteligência artificial, o diretor Christopher McQuire, em Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1, pode não ter o mesmo brilhantismo, mas claramente tem a mesma eficácia. À frente da franquia desde de 2015, ele foi certeiro na direção tanto de Missão Impossível: Nação Secreta, de 2015, quanto de Missão Impossível: Efeito Fallout, de 2018, no entanto, o filme que acabou de estrear foi seu maior desafio. Isso porque o roteiro escrito por ele e por Bruce Geller e Erik Jendresen é demasiado complexo e exigiu toda a maestria para desenvolver de forma acessível a trama central enquanto reorganiza as peças de tudo o que já foi mostrado nos filmes anteriores para o possível fechamento do ciclo do protagonista, Ethan Hunt.

Para fazer essa trama intrincada dar certo, o diretor conta, além do talentosíssimo Tom Cruise, com um elenco feminino capaz de tirar mais o folego do público do que as cenas de ação do filme cenas, por exemplo, como o esperado salto de motocicleta da montanha. Formado pelas excelentes atrizes Rebecca Furguson, Hayley Atwell e Vanessa Kirby, esse trio garante os melhores momentos da obra, seja quando algumas delas interage com Cruise ou com os demais membros do elenco. Vamos à trama!     

A história central tem como base a busca por uma chave, que ninguém além dos vilões sabe exatamente o que abre, ou pelo menos ninguém deveria saber, isso porque o público acaba ganhando um spoiler logo de cara na sequência de abertura (grande mancada do diretor). Em suma, não apenas Ethan, mas toda a sua equipe deve rastrear uma nova e aterrorizante arma que, se cair nas mãos erradas, pode representar uma ameaça para toda a humanidade. Nesse meio tempo, o protagonista é confrontado por um novo inimigo, que além de misterioso é extremante perigoso, o que o leva a aceitar o fato que para completar o desafio, nada pode importar mais do que a missão, nem mesmo sua própria vida.

Por que ver esse filme? Uma característica dessa franquia é sempre entregar o melhor filme dela a cada novo lançamento. Só isso já basta para justificar sua ida ao cinema. Existem bons blockbusters e aqueles que só tem o hype! Sem dúvida esse é um excelente blockbuster, com tudo o que os fãs de ação gostam, além, é claro, das tradicionais cenas eletrizantes de perseguição ao redor do mundo, que, nesse caso, incluem Abu Dhabi, Roma Veneza e até mesmo os Alpes Austríacos. Relaxe, aproveite as férias escolares do meio do ano e assista a um filme de ação que realmente faz jus ao nome. Boa sessão!

Assista ao trailer:

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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