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Sétima Arte - Projeto Gemini


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 11/10/2019
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A estreia dessa semana é uma promessa para o grande público e ao mesmo tempo uma pedra no sapato da crítica especializada. O mais novo filme do astro Will Smith vem dividindo opiniões e apresenta o que o público quer ver, sem ter medo de usar clichês e abusar de inovação em tecnologias. Sobre Projeto Gemini você fica sabendo de tudo o que vale a pena aqui na Coluna Sétima Arte.

Já faz um tempo que a Paramount tem investido em filmes que estão na contramão do modismo hollywoodiano, essa jogada arriscada tem tornado o estúdio cada vez mais interessante. Um exemplo disso é a estreia dessa semana, que após ter sido engavetado por décadas por outros estúdios, que alegavam não ter tecnologia o suficiente para levar um projeto tão ambicioso a cabo, alcançou a luz por meio dos estúdios da Paramount.

Para que Projeto Gemini se tornasse uma realidade houve muito esforço e dinheiro envolvido e, é claro, os melhores profissionais da área. Por isso, a direção ficou por conta de ninguém menos que o ganhador do Oscar, Ang Lee. Ele, que está acostumado com projetos mais intimistas e artísticos, dirigiu com muita competência essa ficção científica repleta de ação. Abusando de ângulos abertos e de um ritmo alucinante ele entrega ao público o que ele deseja ver e utiliza todos os clichês possíveis dos filmes de ação a seu favor, fazendo com que eles sejam engrenagens para as reviravoltas da trama.

Por outro lado, toda a competência do diretor ameniza, mas não anula completamente o roteiro desastroso. Esse é o ponto fraco do filme tão malhado pelos críticos especializados. O que a crítica espera hoje em dia é sempre por novidades. Quando os roteiristas, dentre eles o aclamado David Benioff, da série Game of Thrones, entrega uma história confusa em suas motivações, recheada de diálogos filosóficos e questionamentos profundos e, ao mesmo tempo, declaradamente repleto de ação com pitadas de espionagem, não inova em nada! Uma mescla no mínimo bizarra. Mas a questão é: será que o público está preocupado com os diálogos da trama? Eu diria que não!

Ang Lee sabe muito bem para quem ele está fazendo esse filme e por isso ele investe numa fórmula testada, aprovada e aclamada de fazer filme de ação. Ele bebe diretamente na fonte dos filmes de ação clássicos dos anos 1990, aqueles estrelados por Stallone ou Schwarzenegger e que garantiam a diversão do público em geral. Bem por isso, o filme tem um ar saudosista que vai satisfazer bastante ao expectador mais maduro e nostálgico por esses grandes thrillers de ação.

A respeito do aspecto técnico, é possível afirmar que a tecnologia empregada em Projeto Gemini é surpreendente. No começo a duplicata rejuvenescida de Will Smith parece surreal, mas aos poucos torna-se completamente convincente. Diferente da técnica utilizada pela Marvel para rejuvenescer Michael Douglas em Homem-Formiga, aqui o personagem mais jovem de Smith é 100% digital e interage com sua cópia real, algo bem peculiar, mas muito interessante. 

Sobre o elenco, Will Smith rouba a cena e segue brilhante, como esteve recentemente em Aladdin, deixando para trás aquela fase ruim da qual fazem parte a sua atuação em Esquadrão Suicida ou Bright. Mary Elizabeth Winstead também está incrível em seu desempenho. Agora, como sempre, o péssimo Clive Owen continua entregando ao público uma interpretação caricata, vergonhosa e não convence como vilão. Vamos à trama!

Henry Brogan, papel de Will Smith, é o melhor assassino profissional do mundo, com uma taxa de sucesso maior do que de qualquer outro, mas, quando decide se aposentar, acaba se tornando um alvo da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, para quem trabalhava anteriormente. Enquanto luta para se manter vivo, ele se depara com um clone de si mesmo e descobre que as ações do governo americano são para esconder um grande segredo, que só Brogan, com toda sua experiência, é capaz de desmascarar.

Por que ver esse filme? Porque ao revisitar grandes produções dos anos 1990 o diretor entrega ao público um filme nostálgico e empolgante. Tecnicamente perfeito, ele é um ótimo exemplo do que se pode esperar do futuro no cinema. Por fim, porque é um filme divertido, mesmo que a crítica não utilize diversão como critério. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


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