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Sétima Arte - Adú


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 03/07/2020
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Já se tornou um costume, nos últimos meses, a Netflix lançar mensalmente um longa espanhol em seu catálogo. Isso se dá porque essa parceria entre o serviço de streaming e os produtores espanhóis tem sido muito rentável para ambos os lados. Bem por isso, essa semana, a Coluna Sétima Arte irá comentar sobre um drama espanhol focado na questão da imigração e que acabou de fircar disponível. Prepare-se para conhecer um pouco melhor o filme Adú.

Lançado nos cinemas espanhóis no início do ano, ele teve suas pretensões de boa bilheteria minadas pela atual pandemia. Sendo assim, estrear numa plataforma de alcance mundial é a melhor forma de alavancar essa trama que se divide entre a Espanha e a África. 

Seu roteiro segue um formato bastante conhecido e muito utilizado nesse gênero, mas, muitas vezes, complexo demais para uma boa parte do público. Digo isso porque Adú apresenta três histórias distintas que, em determinado ponto, tendem a se cruzar. Vários diretores famosos já utilizaram com maestria esse subterfúgio, mas eu não diria que esse é o caso de Adú. O longa dirigido pelo espanhol Salvador Calvo, não chega a ser confuso, mas carece de um pouco mais de clareza e objetividade na hora de entrelaçar as histórias e apresentar seu argumento principal.

O roteiro, que ficou a cargo de Alejandro Hernández, apresenta uma sequência de clichês. Como eu já comentei anteriormente, construir um drama alicerçado em clichês pode ser um grande problema, principalmente porque, em geral, eles focam apenas na emoção, deixando de lado a empatia e a reflexão. Eu diria que é bem isso que acontece com Adú. O filme, apresenta muitas sequências que podem até ser consideradas espetaculares, mas que são rasas pelo fato de não serem capazes de causar um incômodo imediato que leve o público à reflexão. Essa obra seria um prato cheio para apresentar as complexidades que envolvem a imigração ilegal, um tema tão relevante, mas infelizmente falha nessa missão em vários aspectos.

Por outro lado, o roteiro tem seus méritos. Talvez o maior deles, seja a agilidade da trama. O filme é capaz de prender o expectador do início ao fim e tudo se desenvolve com uma rapidez ímpar. Além disso, seu tom sensacionalista tende a agradar muita gente, principalmente aqueles que gostam de histórias sofridas e tristes impostas pela vida. O elenco, por mais que seja completamente desconhecido em terras tupiniquins, se destaca positivamente. Impossível não pontuar o belo trabalho apresentado pelo ator africano Moustapha Oumarou, que esbanja carisma e sustenta a história juntamente com as crianças.

Vamos à trama! No extremo Norte da África, próximo a Espanha, uma criança faz uma jornada sofrida, um pai reencontra sua filha e um policial é atormentado pela culpa. Três vidas que se unem a partir de um tema central, onde nenhum dos protagonistas sabe que suas histórias irão se conectar, mas, quando isso acontecer, suas vidas serão transformadas completamente.

Por que ver esse filme? Em meu ponto de vista, o aspecto mais relevante do filme está contido em sua busca por abordar questões relevantes, tanto políticas, quanto humanitárias, mas no geral ele é um filme bastante mediano. Agora, caso você faça parte do grupo de pessoas que adoram filmes emocionantes e dramáticos, aqueles com grande capacidade de arrancar lágrimas de seus olhos, Adú é seu filme. Digo isso porque ele acerta em cheio nesse último quesito. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


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