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Space Jam: Um Novo Legado


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 15/07/2021
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Parafraseando a clássica lei de Lavoisier (“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”) poderíamos dizer que no mundo do cinema nada se cria, tudo se transforma e tudo se copia. A estreia dessa semana é o misto entre animação e live action Space Jam: Um Novo Legado, uma obra que justifica perfeitamente essa afirmação. Dividindo opiniões e contrariando os fãs, esse filme segue o caminho de seu antecessor de 1996 e mesmo se esforçando para inovar, ainda é uma cópia atualizada de um tipo de obra cinematográfica que já estava em uso desde a década de 1960. Sobre esse grande lançamento da Warner você fica muito bem informado essa semana.

O ano era 1996, uma década em que o cinema começava a transpor os limites dos efeitos especiais, algo que nos dias de hoje parece ser bem simplista, mas que chamava muito a atenção naquele tempo. Em meio a grandes filmes, um deles ganhou muito destaque por juntar duas paixões das crianças e adolescentes (principalmente das estadunidenses): animação e basquete. Space Jam: O Jogo do Século foi um sucesso, mesmo tendo uma trama simples. Estrelado por ninguém menos que o grande Michael Jordan, o filme faturou 230 milhões de dólares e foi responsável por um reviver da onda Looney Tunes ao redor do mundo. Space Jam: O Jogo do Século tinha ares de novidade, mas, na verdade, sua técnica não era inovadora, isso porque antes dele vários outros filmes já haviam sido realizados dessa forma. Dentre eles, citarei apenas alguns, como, por exemplo, o excelente Uma Cilada para Roger Rabbit (amo esse filme) lançado em 1988 e, mais distante ainda, Mary Poppins que levou cinco estatuetas do Oscar para casa, dentre outras coisas, também por mesclar animação e live action em 1964.

Esse tipo de interação entre humanos e desenhos, desde então, nunca saiu de moda. Isso porque em 2003 a própria Warner tentou repetir o sucesso de Space Jam com o filme Looney Tunes de Volta à Ação, mas não teve o mesmo resultado. Recentemente, em 2015, Bob Esponja: um Herói Fora D’Água conseguiu levar adultos e crianças ao cinema fazendo razoável sucesso. Já em 2021, essa prática de mesclar desenho e humanos volta a chamar atenção tanto pelo filme de Tom & Jerry: O Filme, lançado em fevereiro, e agora com Space Jam: Um Novo Legado que acabou de chegar aos cinemas.

Um quarto de século após o lançamento do primeiro Space Jam o novo filme estreia com muitas adaptações à realidade do tempo atual, deixando muitos fãs irritados. Exemplo disso foi a polêmica em relação à personagem que faz par com o coelho Pernalonga, Lola Bunny. Sinceramente, eu fiquei atônito quando vi a repercussão negativa sobre a personagem na internet. Em 1996, ela foi apresentada como uma coelha com traços antropomórficos e com muito sex appel, o que era tolerável na época, mas completamente fora questão na atualidade. Bem por isso, os produtores tornaram a personagem menos voluptuosa, o que irritou uma turba de fãs ensandecidos (já havíamos visto isso acontecer recentemente por ocasião do lançamento da animação She-Ra e as Princesas do Poder, da Netflix, mesma situação, mesmos problemas).

O filme tem se equilibrado entre a nostalgia dos fãs e as críticas ácidas dos especialistas. Antes da estreia a prévia tem sido bastante indefinida, pois a grande maioria dos críticos chama a atenção negativamente para o filme, como se ele fosse apenas uma grande jogada de marketing, sem muito a acrescentar. Por outro lado, os fãs, mesmo os que reclamaram sobre as mudanças em Lola, continuam fiéis a propostas e dispostos a irem ao cinema. O resultado sobre essa indefinição os números irão revelar nas próximas semana.

Além disso, outro fator pesa para o filme, LeBrom no lugar de Michael Jordan. Por mais que o astro dos Lakers, LeBrom James seja um excelente ator, tem muita gente comparando ele ao Michael Jordan, o que também não é justo. É preciso entender que cada um representou seu papel e de acordo com seu tempo. O diretor Malcolm D. Lee se esforçou muito e entrega ao público uma aventura realmente épica, mas que ignora o legado deixado pelo filme de 1996. A mudança de foco da trama também pode ser entendida como um erro, pois tirar os Looney Tunes do centro da história e colocar um drama familiar envolvendo LeBron e seu filho pode não ter colado muito.

Eu diria que, nesse sentido, o mais importante foi o diretor não se preocupar tanto em inovar, mas sim em fazer uma obra que estivesse à altura do filme anterior. Uma coisa legal é que o diretor recheou o filme com easter eggs e referências do “multiverso” pertencente à Warner Bros. Dentre essas referências estão Game of Thrones, animações da DC, Matrix, Casablanca e muitos filmes clássicos, estão todos lá em maior ou menos evidência para os fãs gastarem muito tempo procurando e listando as participações especiais.

Para mais, o elenco de peso também faz toda a diferença, nomes como Zendaya, Don Cheadle, Michael B. Jordan e Khris Davis estão todos envolvidos na arte de contracenar ou emprestar suas vozes aos desenhos. Além deles, o filme ainda conta com a participação de vários astros da NBA, para a alegria dos fãs de basquete. Vamos à trama!

Space Jam: Um Novo Legado traz uma inteligência artificial, AI G Rythm sequestra o filho de Lebron James e envia o lendário jogador dos Los Angeles Lakers para uma realidade paralela, onde vivem apenas os personagens de desenho animado da Warner Bros. Para resgatar o seu filho, ele precisará vencer uma partida épica de basquete co

ntra versões digitais das maiores estrelas da história da NBA e da WNBA. Para essa dura missão, LeBrom James terá a ajuda de Pernalonga, Patolino, Lola Bunny, dentre outros personagens.

Por que ver esse filme? Porque é um filme familiar, é divertido e cheio de referências. Os problemas, como um roteiro fraco, ou a família falsa de LeBrom criada apenas para o filme (quem o segue nas redes sociais conhece a família verdadeira) não chegam a incomodar e fazem dessa obra uma boa diversão para o período de férias escolares de julho. Leve as crianças, divirta-se e boa sessão!

 Assista ao trailer legendado:

 

 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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