Sétima Arte
Bohemian Rhapsody chegou aos cinemas na semana passada e está reproduzindo na tela grande o sucesso que já havia alcançado com a música de mesmo título ao redor do mundo no anos 1980. Muito mais do que um filme sobre o Queen, a obra busca ser uma cinebiografia de um dos mais talentosos e polêmicos artistas do final do século passado. Sobre Bohemian Rhapsody a Coluna Sétima Arte deixa você muito bem informado.
Há uma semana em cartaz, o filme se tornou rapidamente um dos campeões de bilheteria no Brasil, além disso, alcançou a façanha de arrecadar somente em seu fim de semana de estreia praticamente a mesma quantia gasta em sua produção, algo em torno de 52 milhões de dólares. Um desempenho que já era esperado, já que a banda Queen tem uma multidão enorme de fãs ao redor do mundo.
Outro aspecto que não surpreende são as polêmicas que vem gerando. Tão recorrentes a Freddie Mercury em sua vida, as polêmicas agora estão presentes também nas reações à sua cinebiografia, inclusive no Brasil. Isso porque, após a onda conservadora que assolou o país durante as eleições, muitas dessas pessoas mantiveram o seu caráter reacionário e, provavelmente desavisadas sobre a vida do artista, vaiaram e ofenderam não apenas a obra em si, mas todos os envolvidos nela por meio das redes sociais. O fato se deu porque as cenas que representavam a homossexualidade de Mercury aparentemente ofenderam a moralidade desse grupo.
Deixando as polêmicas de lado, o que se apresenta é um filme ímpar. O roteiro escrito por Anthony McCarten não traz apenas a formação do grupo a partir da união de seus quatro membros, mas constrói uma linha temporal extensa, apresentando os avanços da banda, as intrigas e principalmente a forma como foram criados seus grandes sucessos musicais. A sensação é a de que você está junto com o Queen em seus momentos fora dos palcos, fazendo a história da música mundial.
Já a direção, que é atribuída a Bryan Singer, passou por alguns problemas ao longo do caminho e deixou muito fã preocupado, pois Singer foi demitido e substituído por Dexter Fletcher ainda durante a produção do filme, mas o resultado final felizmente não foi prejudicado e Bohemian Rhapsody é realmente uma obra digna da grandiosidade da banda Queen.
O elenco surpreende positivamente, principalmente por causa de Rami Malek. O versátil ator da premiada série Mr. Robot encarna com perfeição os trejeitos e as características físicas de Feddie Mercury. Outro destaque positivo é a atriz Lucy Boynton, que interpreta Mary, uma personagem que tem uma longa relação com o protagonista da história.
Outros aspectos relevantes são a fotografia e o figurino. Tudo está em sintonia com as décadas de 1970 e 1980, além de ser muito bonito de ver, é de encher os olhos dos mais saudosistas. A trilha sonora, como era de se esperar, é um espetáculo a parte. Impossível estar no cinema e não cantarolar baixinho um trechinho de alguns dos sucessos do Queen.
Vamos à trama! Freddie Mercury e seus companheiros Brian May, Roger Taylor e John Deacon mudam o mundo da música para sempre ao formar a banda Queen, durante a década de 1970. Porém, quando o estilo de vida extravagante de Mercury começa a sair do controle, a banda tem que enfrentar o desafio de conciliar a fama e o sucesso com suas vidas pessoais cada vez mais complicadas.
Por que ver esse filme? Porque é um filme divertido e um entretenimento de ótima qualidade. Ao representar a história de uma banda que quebrou paradigmas e se opôs ao sistema, o filme deixa um pouco a desejar, pois é certinho demais e priva o público de situações complicadas, mas que fazem parte da essência de Mercury. Por outro lado, ele revisita os bons tempos da música mundial, quando o talento precedia a fama. Se você é fã do “rock and pop” dos anos 1980, vai se deliciar com o filme. Boa sessão!