A estreia dessa semana vai trazer à tona suas memórias de dez anos atrás. Em 2009, após conquistar espaço como hit Cult daquele ano, Zumbilândia foi um sucesso e agora ele volta às telonas. Trazendo altas doses de humor nonsense, muita ação e zumbis para todos os lados, Zumbilândia – Atire Duas Vezes é a grande estreia dessa semana. Mas a grande decepção é o fato de Downton Abbey – O Filme não estrear na região. A série inglesa Downton Abbey, veiculada entre 2010 e 2015, tem uma multidão de fãs ao redor do mundo, inclusive eu, mas pelo jeito não tem apelo comercial suficiente por essas bandas.

Vamos falar sobre zumbis. Em 2009 os zumbis haviam começado a sua onda de conquista no entretenimento mundial. The Walking Dead estava no início, fazendo ainda a transição das HQs para a televisão, e o público em geral começava a tomar gosto por esse subgênero do terror. Nessa onda e de forma despretensiosa surgiu Zumbilândia. Juntando um elenco que tinha como renome apenas Woody Harrelson e várias carinhas até então desconhecidas, ele conquistou o público com seu humor escrachado e com ótimas sequências de ação, tornando-se um dos filmes mais interessantes e aclamados pelo público naquele ano.

Dez anos depois, o cenário mundial mudou, os gostos mudaram, o politicamente correto se impôs (há quem diga que essa onda conservadora deixou o mundo mais chato e é claro que eu tenho que concordar) e os zumbis nem são mais tão legais assim – que o diga The Wlaking Dead, que já não interessa mais muita gente –, mas mesmo nesse cenário a Sony Pictures resolveu investir numa sequência. Confiando plenamente num dos diretores que, no ano passado, lhe rendeu ótimos números, a Sony entregou a Ruben Fleischer a missão de construir um sequência para Zumbilândia. Lembrando que ano passado ele emplacou o sucesso Venom e ainda foi responsável pelo Zumbilância de 2009. O Roteiro também voltou para as mãos da dupla Rhett Reese e Paul Wernick, que buscaram manter a base do filme anterior.

Soma-se a tudo isso a volta do elenco original, que agora, diferente de 2009, é recheado de estrelas, sendo formado por três indicados ao Oscar e uma ganhadora (Emma Stone). O filme garante que tudo seja como era há dez anos, até por isso, a forma e o timing das piadas e até mesmo os estereótipos são datados. É como se tudo ainda estivesse no passado, quando o Apocalipse Zumbi aconteceu. Interessante que até o próprio filme faz piada com isso. Muitos críticos acham isso ruim, mas para uma obra que busca espaço no Cult moderno, esse fato acaba dando um charme todo especial.

Não espere grandes mudanças na obra como um todo, o filme ainda tem um roteiro simples, muitas vezes até demais, e situações inusitadas. Na questão técnica Fleischer caprichou e entrega um trabalho bastante sofisticado, principalmente em relação aos planos do filme, além disso, ele se sentiu à vontade até mesmo para investir num interessante plano-sequência. Os atores centrais brilham com seus personagens, que nessa continuação já não são mais tão complexos. Essa simplificação dos personagens que o público já conhece permite que Jesse Eisenberg, Emma Stone, Woody Harrelson, Abigail Breslin se divirtam com suas interpretações. Pena que o mesmo não acontece com o restante do elenco, que as vezes parece ser até mesmo dispensável. 

Além disso tudo, o que teve maior mudança na trama foram os zumbis, que no primeiro filme se enquadravam na descrição clássica de morto-vivo, agora alguns deles foram atualizados e estão mais no estilo Guerra Mundial Z, rápidos, ágeis e tão difíceis de matar que receberam o apelido de T-800, em uma referência clara a Exterminador do Futuro.

Vamos à trama! Anos depois de se unirem para atravessar o início da epidemia zumbi nos Estados Unidos, Columbus, Tallahassee, Wichita e Little Rock seguem buscando novos lugares para habitação e sobrevivência. Quando decidem ir até a Casa Branca, acabam encontrando outros sobreviventes e percebem que novos rumos podem ser explorados.

Por que ver esse filme? Porque, como o anterior ele faz de forma competente um mix pouco provável de humor com terror. Porque tem esse ar nostálgico de 2009 e porque é divertido. É o tipo de filme que você vai ao cinema simplesmente para assistir e relaxar, sem muito esforço mental. Aproveite Zumbilândia – Atire Duas Vezes e boa sessão!