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Sétima Arte: A Vida Em Si


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 07/12/2018
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O drama A Vida Em Si estreou carregando o peso de ostentar o mesmo sucesso da avassaladora série de TV que alavancou seu criador. As expectativas são grandes para esse filme que se desenvolve em torno das complexidades da vida. Sobre A Vida Em Si, a Coluna Sétima Arte informa você essa semana.

This Is Us é, sem dúvida alguma, umas das séries de maior sucesso dos últimos anos. Veiculada no Brasil pelo canal pago Fox, ela conquistou uma multidão de fãs devido a sua profundidade em tratar os dramas cotidianos de pessoas comuns. Sua forma narrativa intercala idas e vindas temporais enquanto desenvolve a trama particular de seus personagens. Algo que tem agradado em cheio ao telespectador, principalmente aos mais sensíveis. Tudo isso fez de This Is Us uma das séries mais queridas das últimas três temporadas e elevou seu criador, o showrunner Dan Fogelman ao status de celebridade, tanto que quando ele anunciou que estava trabalhando em um projeto para o cinema gerou grande frisson entre os fãs e aumentou as expectativas para o lançamento de seu filme.

Para a alegria de muitos, ao filme chegou ontem aos cinemas e entrega o que promete em partes. Isso porque Fogelman, que assina o roteiro além da direção, reproduz sua linguagem televisa peculiar na tela grande, sem se importar com questões fundamentais para quem quer desenvolver esse tipo de história na indústria cinematográfica. Sua forma de fazer cinema teria dado muito certo caso ele tivesse desenvolvido apenas uma história a partir de sua técnica narrativa, mas ele tentou desenvolver cinco, divididas em capítulos.

Dessa forma, a primeira história, que é de longe a mais interessante e empolgante, traz os atores Oscar Isaac e Olivia Wilde, eles são o casal central da trama. O público se identifica com eles quase que instantaneamente e se deleita com a trama que traz, desde a forma como se conhecem, até o momento próximo ao nascimento de sua filha. A partir deles se desenvolve uma série de flahsbacks que expande a história central e apresenta uma quantidade exagerada de personagens, com histórias próprias e profundas o bastante para que cada uma tivesse seu próprio filme.

A média temporal de um filme é bastante curta, por isso, é preciso ser cirúrgico na hora de desenvolver trama e personagens. O diretor de A Vida Em Si, não se preocupa muito com isso e, como o tempo é curto, muitos personagens e histórias acabam não apresentando seu potencial máximo e deixam uma sensação de frustração no expectador. É claro que isso não diminui o drama da história central, mas dá a impressão de que alguns personagens não foram tratados com o respeito que mereciam.

Mesmo assim, é interessante perceber como as histórias se conectam e como apresentam momentos cotidianos de felicidade, alternados por extrema tristeza, que fazem com que qualquer um se identifique, pois são coisas plausíveis de acontecer na vida real. O segundo capítulo é um bom exemplo disso, pois mesmo tendo uma quantidade exagerada de personagens empolga de forma positiva por meio de seu curioso triângulo amoroso.

Todo o elenco é excelente, tendo destaque não apenas o casal central já citado, mas também os demais atores de peso que ajudam a compor a história, como Antonio Bandeiras, Laia Costa e Olivia Cooke. Outra que deve ser citada de forma positiva é Annete Bening, que está melhor do que nunca em cena. É claro que algumas das estrelas do elenco deveriam ter mais tempo em cena, mas mesmo assim, demonstram profundidade e comprometimento com seus papeis.

Vamos a trama! O relacionamento amoroso vivido por um casal, é contado através de diferentes décadas e continentes, desde as ruas de Nova York até Espanha e com diferentes pessoas que acabam se conectando a eles através de um evento marcante.

Por que ver esse filme? Porque ele é um drama de primeira qualidade e mesmo que as histórias paralelas despertem interesse e frustração por não se desenvolverem ao máximo (talvez se fosse uma série houvesse tempo para trabalhar todas elas), o filme ainda consegue transmitir de forma magistral sua mensagem central, sem fugir do argumento proposto e utilizando a metalinguagem de forma sutil e eficaz para a história. Esse é um filme sobre as tribulações da vida, apresentadas de forma simples, sofridas, mas com a leveza própria de um filme de fim de tarde. Aproveite e boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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