Neste domingo ocorre a mais esperada e badala premiação do cinema mundial. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood irá entregar seus cobiçados Oscars aos melhores do ano e a Coluna Sétima Arte comenta o que é importante saber antes dessa grande premiação.

Iniciada em 1929, a premiação do Oscar busca presentear anualmente os profissionais da indústria cinematográfica como reconhecimento pelo seu trabalho, sobretudo quando esse trabalho beira a excelência. É uma cerimônia formal, mas mesmo assim encanta milhões de pessoas ao redor do mundo, que esperam ansiosas para verem seu filme ou ator preferidos ganharem o prêmio mais relevante da Sétima Arte.

Envolto em polêmicas e abraçando causas sociais, as cerimônias dos últimos anos deram muito o que falar, desde a ausência de profissionais negros indicados, até o levante da bandeira “me too”, que buscava mais respeito e igualdade às mulheres, o Oscar mostrou que não está intocado aos problemas sociais que já foram, tantas vezes, laureados por ele, por meio de seus filmes, em cerimonias anteriores.

Agora, noventa anos após a primeira cerimônia, o Oscar tenta se reinventar trazendo de volta uma prática há muito esquecida, um evento sem apresentador. Corre a boca miúda que a ideia surgiu após o comediante Kevin Hart, que havia sido anunciado para ser o anfitrião da noite, renunciar o cargo depois que seus tweets antigos contendo piadas homofóbicas de mal gosto vieram à tona na internet. 

Sem poder se envolver em mais um escândalo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood até tentou encontrar um substituto, mas como os principais nomes da lista se negaram a assumir o cargo, ela se viu obrigada a voltar ao formato de evento sem apresentador. Por isso, a cerimônia desse domingo tem despertado a curiosidade de muita gente, afinal, como conseguirão segurar o interesse do público por três horas de evento sem uma pessoa como referência principal?

Mas deixando de lado as polêmicas do Oscar em si, o que importa é saber quem saíra de lá com a famosa estatueta. No Brasil existe grande torcida dos profissionais da área para que Roma, de Alfonso Cuarón, se destaque dentre os demais filmes, mas ele tem concorrência pesada.

Roma tem chamado atenção pelo fato de ser o segundo filme de língua estrangeira (isso quer dizer, não inglesa) a receber dez indicação ao Oscar, empatando com o chinês O Tigre e o Dragão, de 2010. Roma tem a seu favor uma técnica esmerada, um tema tocante e um caráter pessoal, características muito valorizadas pela Academia. Sua vitória para o Oscar de melhor direção é quase certa, lembrando que Cuarón, já ganhou essa categoria por Gravidade, em 2013. 

Há quem busque justiça e torça por um Oscar de Melhor Direção para Spike Lee e seu filme Infiltrado na Klan. Spike Lee é dono de uma filmografia memorável e se tornou um grande nome da sétima arte ao levar para o cinema a temática até então ignorada sobre o racismo, com filmes memoráveis, como Malcolm X, ou Faça a Coisa Certa. Ele vem sendo esnobado pela Academia há décadas e, bem por isso, muita gente acredita que agora é sua vez de ser reconhecido!

Trilhando um caminho muito próximo de Infiltrado na Klan, mas utilizando uma narrativa mais agradável está Green Book – O Guia, com suas cinco indicações ao Oscar, uma comédia dramática memorável, que não levanta bandeiras, mas que apresenta a humanidade acima das diferenças de raça, posição social e gênero. Tem calibre para surpreender nessa cerimônia.

A música também tem seu espaço no Oscar 2019 e dois dos principais indicados e queridinhos do público abordam essa temática. Nasce Uma Estrela, com a polivalente Lady Gaga, concorre em nove categorias e é o mais forte indicado para o prêmio de Melhor Canção. Na sua cola está Bohemian Rhapsody, que narra a história do Queen. Esse não é um filme excepcional, às vezes chega a ser meio piegas na forma como trata os acontecimentos, mas é um fenômeno de público e trouxe a banda inglesa de volta à moda. Tem cinco indicações ao Oscar, mas a meu ver não é um concorrente de peso.

De todas as principais indicações, com certeza a mais desagradável é A Favorita, o filme é pesado, polêmico, denso, mas ao mesmo tempo apresenta o que há de melhor em interpretação por meio do trio principal de atrizes, formado por Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz. Esse pode não ser meu filme favorito, mas com certeza ele causou um grande impacto na Academia e pode surpreender no Oscar de domingo.

Por fim, vale a pena comentar sobre Pantera Negra e sobre Guerra Fria. O primeiro se destaca por ser o primeiro filme de herói indicado para a principal categoria do Oscar. Ele tem poucas chances de ganhar, mas o feito inédito da indicação já fez com que Pantera Negra entrasse para a história do cinema. Já o segundo, o filme polonês Guerra Fria, pegou muita gente de surpresa ao aparecer na lista de indicados e é meu preferido para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Somam-se a essas, inúmeras outras categorias que não convém comentar aqui, mas que não são menores ou menos importantes, elas têm o poder de abrilhantar ainda mais a arte do cinema e também podem acabar gerando muita polêmica entre os fãs mais criteriosos. Fique atento e acompanhe na noite desse domingo a Cerimônia do Oscar 2019, ela é sempre uma boa opção de entretenimento. Boa sessão!