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Sétima Arte: Malévola – Dona do Mal


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 18/10/2019
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E não é que a grande promessa de Projeto Gemini ficou só na promessa! Nem a boa fase de Will Smith, nem o brilhantismo de Ang Lee, ou mesmo os revolucionários efeitos especiais foram capazes de fazer o filme decolar. Tudo isso por causa do fenômeno Coringa, que continua dominando supremo as bilheterias ao redor do mundo. Agora, um outro grande blockbuster estreia tentando quebrar a hegemonia do filme do “Palhaço do Crime”. Vamos ver se Malévola – Dona do Mal será capaz de barrar o crescente sucesso de Coringa no cinema. Sobre Malévola – Dona do Mal a Coluna Sétima Arte deixa você muito bem informado essa semana.

Em 2014, Malévola despontou como um dos grandes chamarizes para os live-actions da Disney. Desfocar do conto de fadas original e dar o protagonismo à grande vilã, fazendo dela um personagem dúbio, mostrando claramente que a maldade ou a bondade eram uma questão de ponto de vista. Essa foi uma jogada acertada e o filme foi um grande sucesso.

Cinco anos depois, Angelina Jolie volta a interpretar o mesmo papel, mas agora, longe da base do conto de fadas original. Isso faz com que sua origem e mais de sua personalidade possam ser explorados, mas ao mesmo tempo torna os demais personagens, como sua afilhada Aurora, bastante descartáveis. 

O filme dirigido por Joachim Rønning, superou o primeiro em vários aspectos, principalmente na direção de arte, fotografia e figurino, mas deixa a desejar no roteiro, algo completamente perdoável. Digo isso, porque a classificação do filme é baixa, ou seja, ele é um filme para crianças e adolescentes, logo, utilizar narrativa simplória ou soluções não tão bem elaboradas são fórmulas bastante eficazes. É por isso que o diretor compensa o roteiro com um visual avassalador e com uma dupla de atrizes centrais sensacionais. 

Se Angelina Jolie nasceu pra se Malévola, Michelle Pfeiffer nasceu pra ser sua antagonista. Jolie exala a essência da personagem em cada fala, em cada gesto e até mesmo no jeito de andar. Ela esconde os sentimentos e pensamentos de Malévola de forma a fazer da personagem um poço de enigmas, de força e segurança. Ter o nome dela no título é algo realmente justo, pois ela é o filme. Por outro lado, Pfeiffer é o contraponto perfeito, sendo sua personagem um ótimo resumo da maldade. Uma vilã à altura e de peso para um embate poderoso contra uma grande protagonista. Exemplo disso é a cena do jantar. Preste atenção nessa cena, pois as duas conduzem tudo de forma tão magistral que você consegue sentir e capitar claramente a tensão crescente entre ambas. Um show de atuação.

O filme, mesmo sendo voltado para um público menos exigente, consegue dar um empoderamento satisfatório às grandes atrizes, isso numa Hollywood que não perde nenhuma oportunidade de exaltar o protagonismo masculino. Além disso, existe um quê de crítica social velada ao longo do filme, trazendo à tona a incômoda questão ambiental, já que a destruição da floresta é um tom marcante da trama. Algo realmente pertinente para o mundo em que vivemos e, mais ainda, para o atual Brasil.

Vamos à trama! Cinco anos após Aurora - papel de Elle Fanning - despertar do sono profundo, a agora rainha dos Moors é pedida em casamento pelo príncipe Phillip, interpretado por Harris Dickinson. Ela aceita o pedido e, com isso, parte rumo ao reino de Ulstead ao lado de Malévola, no intuito de conhecer seus futuros sogros, John e Ingrith. O jantar entre eles deveria ser de celebração entre os reinos, mas os interesses de Ingrith vêm à tona quando é criado um atrito com Malévola e os demais seres mágicos.

Por que ver esse filme? Esse é um filme com o selo da Disney, voltado para um público mais infantil, mas que, com certeza, consegue agradar em cheio aos adultos. Ele vem repleto de CGI, apresentando cenários deslumbrantes e fantasiosos a partir de uma trama simples, que remete sempre à sua origem, os contos de fadas. Com interpretações grandiosas e um excelente trabalho técnico, ele é uma ótima opção para o fim de semana. Vamos ver se será capaz de fazer o que Projeto Gemini não fez, ou seja, barrar o estrondoso sucesso de Coringa. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


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