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Revisão da vida toda: Quem tem direito e como solicitar


Por: Drª Luana Vasconcelos Herradon
Data: 09/06/2025
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Nos últimos anos, muito se tem falado sobre a chamada "revisão da vida toda", uma tese previdenciária que ganhou destaque no Judiciário e despertou o interesse de milhares de aposentados em todo o país. Mas afinal, do que se trata essa revisão, quem tem direito e como solicitá-la ao INSS?

A revisão da vida toda é uma possibilidade jurídica que permite ao segurado incluir, no cálculo da aposentadoria, todas as contribuições feitas ao longo da vida, inclusive aquelas realizadas antes de julho de 1994, marco da implementação do Plano Real. Isso porque, atualmente, o INSS considera apenas as contribuições feitas após essa data para calcular a média salarial que determina o valor do benefício.

 Para muitos aposentados, especialmente aqueles que tiveram bons salários antes de 1994, essa exclusão resulta em um benefício significativamente menor do que o que realmente teriam direito. A revisão da vida toda busca corrigir essa distorção, permitindo um cálculo mais justo.

Em dezembro de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a validade da tese da revisão da vida toda, consolidando o entendimento de que os aposentados podem pedir essa reanálise, desde que preencham determinados requisitos. Entretanto, a decisão não garante o reajuste automático para todos: cada caso precisa ser analisado individualmente, levando em conta o histórico de contribuições do segurado.

A revisão da vida toda é possível para quem já está aposentado ou recebe pensão por morte, teve contribuições relevantes antes de 1994, se aposentou pelas regras anteriores à Reforma da Previdência (13/11/2019) e não teve o benefício concedido há mais de 10 anos. A solicitação da revisão deve ser feita com base em um cálculo técnico que comprove que a inclusão dos salários anteriores a 1994 aumentaria o valor do benefício. Por isso, é essencial contar com o auxílio de um advogado especialista em Direito Previdenciário, que poderá levantar todo o histórico de contribuições, simular os dois cálculos (o feito pelo INSS e o da revisão), confirmar se há ganho financeiro real com a revisão e ingressar com a ação judicial, caso se confirme o direito.

 É importante destacar que a revisão da vida toda não é vantajosa para todos. Em alguns casos, as contribuições antigas podem ser mais baixas e até reduzir o benefício. Por isso, não se deve pedir a revisão sem uma análise prévia especializada. Se você ou algum familiar se aposentou nos últimos anos e teve bons salários antes de 1994, vale a pena buscar orientação e fazer os cálculos.

Drª Luana Vasconcelos Herradon


Anuncie com Jornal Noroeste
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