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Pressão alta, perigo constante


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 05/06/2020
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“Tenho paciente que toma medicação de uso contínuo. O remédio acabou durante a quarentena e que ele simplesmente parou de tomá-lo. Gente, o que mudou para a pessoa achar que não precisa mais tomar o remédio? ”, questiona o cardiologista Sergio Timerman, do InCor (Instituto de coração).

Esta tem sido a preocupação da comunidade cardiológica nestes dias difíceis. Na região do norte da Itália, por exemplo, registrou alta de 58% óbitos por causas cardiológicas durante a pandemia de Covid-19, segundo Claudia Collucci em matéria publicada na Folha de São Paulo.

Sim, devemos nos distanciar, mas devemos também cuidar da nossa saúde. O medo do vírus tem feito com que os pacientes deixem de procurar atendimento médico mesmo tendo sinais, como dor no peito ou dor na nuca.

Depositam toda a atenção ao coronavírus e se esquecem de outras doenças como hipertensão, diabetes, colesterol. Elas continuam a existir e necessitam do nosso cuidado diário e regular. A medicação prescrita deve ser tomada assim como o seu cuidado deve ser observado.

No tocante a hipertensão, quando a pressão é mal controlada por meses ou anos o risco de infarto, AVC, insuficiência cardíaca, aneurisma e a  insuficiência renal que leva à dialise aumentam. Em contrapartida quando bem controlada os riscos se tornam baixos.

Se porventura você for hipertenso, deve estar atento a qualquer sinal de desconforto e procurar ajuda médica, até porque no inverno casos de derrame são mais comuns. Para Alice Jacobs, da Universidade de Boston “O tempo entre dor no peito ou outro sintomas de ataque cardíaco até o primeiro contato médico representa a maior janela de oportunidade para a eficácia do tratamento”.

Mas o que você deve ficar alerta?

Fique alerta à falta de ar no esforço ou no repouso; dor no peito que irradia para os braços, cansaço e tontura, desmaio após atividades físicas intensas, dores de cabeça, inchaço nos tornozelos, sudorese abundante, dormência súbita na face ou nos membros de um lado do corpo, comprometimento da fala ou visão.

E quais cuidados devemos ter?

Procure se agasalhar e evite a exposição prolongada ao frio intenso e o choque térmico; procure se exercitar, mas sem exageros uma boa caminhada em ritmo regular e constante já é o suficiente, mas antes procure se aquecer e se alongar. Alimente-se bem procure ter uma alimentação saudável e equilibrada. Evite sal e gorduras. Reduza consumo de bebidas alcoólicas, mantenha o peso e evite a obesidade, durma bem, evite o estresse. Vacine-se contra a gripe e a pneumonia. 

Beba água mesmo sem sede, no frio líquidos quentes como chás e chocolate quente são bem vindos. Evite ambientes fechados e com grande quantidade de pessoas. 

Muito importante, faça uso regular e ininterrupto da medicação prescrita pelo seu médico. Somente o médico pode mudar a medicação ou suspender o uso dele. Não se automedique. Lembre-se, anti-inflamatórios e corticoides podem aumentar a pressão sanguínea, portanto sempre procure ajuda de seu médico de confiança.

Faça também medidas regulares de sua pressão e envie ao seu médico para que possa melhor te avaliar.

Então, não vacile, se cuide, continue a tomar sua medicação, faça o controle de sua doença e ao primeiro sinal procure o médico. Sua saúde é muito importante, não deixe que o medo do vírus prejudique a sua pressão ou qualquer outra doença que você possa ter. Se cuide.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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