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Poliomielite perigo real e iminente


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 15/09/2022
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Uma febre, que em poucos dias pode atacar o sistema nervoso, e paralisar um dos membros inferiores, ou o sistema respiratório, e levar a morte. Se trata da Poliomielite, doença temida anos atrás, e erradicada no Brasil, mas, que corre o risco de ser reintroduzida no país.

         Pois, infelizmente vemos a cobertura vacinal cair drasticamente, de acordo com o Ministério da Saúde 95% é o índice satisfatório para que haja uma boa cobertura vacinal, entretanto, desde 2015 este índice tem caído muito, segundo dados do datasus em 2015 a cobertura no Brasil foi de 98,3%, em 2017 foi para 84,7%, em 2020 foi para 76,2%, e em 2021 chegou a 69,9%.

         Ao invés de evoluirmos estamos retrocedendo e dando margem, para que doenças que são prevenidas por vacina, e que já foram controladas e erradicadas voltem e façam vítimas. Como é o caso recente do sarampo.

         Se não levarmos nossas crianças para serem vacinadas não só a poliomielite e o sarampo, mas outras virão.

         O último caso de pólio no Brasil foi em 1989, graças a vacina foi realizado uma grande campanha e, em 1994, recebemos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem.

         Entretanto, o vírus continua a circular em outros países, como o Paquistão, Afeganistão, e na Nigéria. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), dados atualizados até 5 de julho de 2022, mostram que entre 1 de janeiro a 12 de julho de 2022, foram confirmados 15 casos de poliomielite, sendo 4 no Afeganistão e 11 no Paquistão. Recentemente, em novembro de 2021, um caso de poliovírus selvagem tipo 1 foi relatado em Malawi, e em 2022 um caso em Moçambique, sendo que, Malawi e Moçambique, são países considerados livres da circulação do vírus.

         Em fevereiro e julho deste ano foi encontrado no esgoto de Londres o vírus, que fez com que a capital britânica disponibilizasse uma dose de reforço da vacina inativa contra a poliomielite (VIP) para todas as crianças de 1 a 9 anos. Segundo a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) “Isso garantirá um alto nível de proteção contra a paralisia e ajudará a reduzir a propagação do vírus”.

         Nos Estados Unidos, um adulto não vacinado contraiu o vírus, este é o primeiro caso desde 2013, forçando a governadora de Nova York, Kathy Hochul declarar estado de emergência sexta-feira, 9 de setembro deste ano, pois, foram encontradas amostras de vírus da pólio no esgoto de três municípios americanos, a saber: Orange, Sullivan e Nassau. A medida tomada por ela foi que durante um mês aumentar a disponibilidade de recursos, incluindo a expansão da rede de administradores de vacinas contra a poliomielite.

         Com a queda da cobertura vacinal, o Brasil, é um dos oito países da América Latina considerada como área de alto risco para a volta da doença, classificação feita pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Devido à baixa cobertura o Ministério da Saúde prorrogou a campanha até o dia 30 de setembro de 2022.

A Poliomielite, embora seja conhecida como Paralisia Infantil, não acomete apenas crianças, ela pode aparecer em qualquer fase da vida de uma pessoa, inclusive em adultos, como foi o caso do presidente Franklin Roosevelt, que contraiu a doença aos 39 anos, curiosamente ele foi o presidente que governou por mais tempo os Estados Unidos.

A Poliomielite é uma doença causada pelo o poliovírus (sorotipo 1,2,3), que é um enterovírus, pode infectar crianças e adultos, por via fecal-oral, ou seja, através do contato direto com as fezes, água e alimentos contaminados, ou secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas, podendo ou não causar paralisia.

O sinais e sintomas variam conforme as formas de manifestação da doença, os mais comuns são febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na cuca, meningite, na forma paralítica também pode instalar a flacidez muscular afetando um dos membros inferiores, com sensibilidade conservada, ou seja, embora o membro esteja paralisado a pessoa sente dores.

O diagnóstico é feito por exame de fezes. Não há um tratamento específico para a poliomielite, trata-se conforme os sinais e sintomas apresentados.

As sequelas da doença, são: problemas e dores nas articulações; paralisia de uma das pernas; hipersensibilidade ao toque; dificuldade de falar; atrofia muscular; osteoporose; pé torto, conhecido como pé equino; crescimento diferente das pernas, que faz com que a pessoa manque e inclina-se para um lado, causando escoliose.

A prevenção é a vacina, o calendário vacinal preconiza tomar três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), aos 2,4, e 6 meses de idade. E mais 2 reforços com a Vacina Oral Poliomielite (VOP) aos 15 meses e 4 anos de idade. Além das campanhas anuais realizadas regularmente.

Além de procurar desenvolver hábitos saudáveis de higiene, como lavar as mãos, beber água tratada, verificar se os utensílios de mesa e cozinha estão limpos, lavar as mãos antes de preparar as refeições, de começar a cozinhar e depois de usar o banheiro.

Como uma fênix que ressurgiu, assim a poliomielite, também o pode, não vamos deixar que isso aconteça. Vá até o posto de saúde de vacine os seus filhos.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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