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Pesquisa Bolsonaro x Lula: empatados?


Por: José Antônio Costa
Data: 09/04/2021
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Esta semana saiu uma nova pesquisa de intenção de votos da XP/Ipespe, realizada entre 29 e 31 de março. Segundo o levantamento, Lula (PT) agora aparece com 21% das intenções de voto no cenário espontâneo para a corrida presidencial a mais de 18 meses do pleito.

Bolsonaro (sem partido) aparece com 24%. Como a margem máxima de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo, Bolsonaro e Lula estão empatados tecnicamente. A terceira posição é ocupada por, Ciro Gomes (PDT). Com 1% das intenções de votos aparecem Sérgio Moro (sem partido), Guilherme Boulos (PSOL) e João Dória (PSDB). 

Pesquisas eleitorais não definem eleições, até porque se fosse desta forma bastaria nomear o candidato que está em primeiro lugar como vencedor. Ainda é precoce falar em eleições pois o momento exige prioridades, a exemplo da compra de vacinas.  

É importante destacar que Lula pode não ser candidato. Os processos contra o ex-presidente foram entregues à seção judiciária do Distrito Federal para uma reanálise.

No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. Com a decisão, Lula recuperou os direitos políticos e se tornou elegível.

O Ministro Edson Fachin, que na época foi muito criticado por sua decisão não tratou do mérito da questão, ou seja, não disse em nenhum momento que Lula é inocente, mas considerou que não cabia a Moro e depois a juíza Gabriela Hardt julgá-lo naqueles processos específicos. Portanto a sentença dada aqui no Paraná foi irregular e, por isso, inválida. 

A Constituição Brasileira prevê que ninguém será considerado culpado até que se esgotem todos os recursos ou quando um tribunal, como o STF, der a última palavra no processo.

O ponto positivo da volta do petista ao cenário político eleitoral foi as mudanças no comportamento do presidente Bolsonaro e do governo com relação a pandemia da Covid-19. Utilizou máscara no primeiro evento oficial e disse - “nossa arma é a vacina”.

A verdade é que em dois anos e meio de governo, Jair Messias Bolsonaro não mostrou quase nada. As reformas: política, administrativa e tributária até então prometidas durante a campanha não se concretizaram.

Para eleger Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como presidentes da Câmara e Senado, respectivamente, o Presidente Bolsonaro liberou R$ 3 bilhões em recursos extra orçamentários para parlamentares indecisos a fim de garantir os votos.

A insegurança na condução do combate a pandemia transferindo a responsabilidade aos governadores e prefeitos bem como a velha política do “toma lá, dá cá”, fez com que a popularidade do presidente refletisse nos números. A pesquisa divulgada na segunda-feira, (05), mostrou que rejeição ao governo Bolsonaro chegou aos 48%, atingindo o maior nível em 9 meses.

Esses erros de Bolsonaro estão fazendo o seu governo derreter bem como alguns daqueles eleitores que votaram nele em 2018 visando tirar o PT do poder agora já buscam outra alternativa para 2022.

Bolsonaro foi eleito com a promessa de representar um novo estilo político. Diante das contradições e decepções políticas, o eleitor é facilmente tapeado. Às vezes é influenciado pela aparência, por discursos e escolhe mal, tendo depois que sofrer as consequências de políticos medíocres, incompetentes e tendenciosos.

 

“A política é a arte de captar em proveito próprio a paixão dos outros”

Henry de Montherlant (1896 – 1972)

Escritor, ensaísta e romancista francês

José Antônio Costa


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