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Perguntas e prolixidade


Por: Dr. Felipe Figueira
Data: 06/07/2023
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Um dos momentos mais especiais em uma aula, se não for o mais especial, é quando surge uma pergunta simples e objetiva. Simples porque demonstra o interesse da pessoa em aprender, e objetiva porque ela vai direto ao ponto.

“Professor, o que é a egiptologia?” – eis uma pergunta que me faz ir ao Egito, à França e ao Museu Britânico instantaneamente. A Pedra de Roseta vem à minha mente, bem como Napoleão e as suas tropas, e a resposta à pergunta se torna uma miniaula. Claro que é preciso cuidado para não responder de maneira muito prolongada, mas há perguntas que estão além de fórmulas. Esses momentos valem ouro.

Por outro lado, há perguntas que não são perguntas e se tornam complexas e prolixas. Complexas porque não se reduzem a um só ponto, mas são um compilado de histórias; e prolixas porque a pessoa não sabe colocar um ponto de interrogação onde de fato importa.

Que se imagine uma aula, uma palestra ou um curso de duras horas e alguém faça uma pergunta de dez ou vinte minutos. Quem está participando do curso não suporta esse tipo de comportamento, pois interpreta, na maioria dos casos, como exibicionismo. Mesmo sem ser a professora, a pessoa quer mostrar que sabe. Porém, com tal atitude, perde-se o foco e, com isso, todos acabam perdendo: o palestrante, porque não conclui os conteúdos; os participantes, porque se incomodam; e quem pergunta, afinal, se passa por inconveniente. Isso faz lembrar um ensinamento bíblico: “Até o tolo quando se cala será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios por entendido.” (Prov 17:28).

O que é uma pergunta, afinal? Um não saber e um “O que é isso? Por que disso? Quando se deu isso?”; ou a busca por expandir uma centelha do que já se sabe, aí, sim, é preciso uma breve explanação para depois vir a pergunta, mas, para ser enfático, apenas uma breve explanação.

Diante de situações que tiram o foco, como a pergunta prolixa, o professor deve tomar cuidado e ele próprio deve buscar abreviá-la, pois todo o planejamento pode ser perdido por causa de um descuido prolixo.

Dr. Felipe Figueira

Felipe Figueira é doutor em Educação e pós-doutor em História. Professor de História e Pedagogia no Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Paranavaí.


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