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Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 24/04/2023
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O que torna um clássico realmente um clássico é sua capacidade de romper a barreira do tempo e permanecer interessante, pertinente e relevante para qualquer pessoa em qualquer lugar, independente de quando isso seja. Quando se trata de entretenimento, os clássicos são revisitados periodicamente e cada nova versão traz em si um pouco da época em que foi feita. Recentemente estreou a nova versão de um clássico da literatura francesa, que agora chega aos cinemas com grande fidelidade e com um positivo exagero visual. Essa semana, a Coluna Sétima Arte irá trazer algumas informações sobre Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan.

Vamos ser sinceros, a história patriótica francesa escrita por Alexandre Dumas em 1844 permeia o imaginário de praticamente todo mundo. Gerações inteiras cresceram vendo as referências, por exemplo, nos desenhos animados ou assistindo as versões cinematográficas na TV. Eu mesmo, lembro com saudosismo tanto da versão dos OTrês Mosqueteiros dos estúdios Disneyaquele com Chris O’Donnell, Kiefer Sutherland e Charlie Sheen, de 1993, quanto do longa O Homem da Máscara de Ferro, de 1998, que também tinha um elenco incrível e trazia os mosqueteiros do rei da França numa trama bastante pop tanto que o jovem Leonardo DiCaprio era o personagem central. Por isso, cada nova versão dessa história é capaz de despertar um interesse afetivo no público e sempre levar muita gente para contemplá-la no cinema.

O filme que estreou na última semana foi dirigido por Martin Bouboulon que primou por tornar a história mais realista possível e, na mesma medida, extremamente fiel ao romance escrito por Dumas. Interessante é que ao fazer isso, ele gera um equilíbrio muito bem-vindo entre o glamour que o período histórico impõe à trama e a aventura de capa e espada que muitos querem ver. O filme tem tudo o que chama a atenção nesse tipo de trama: romance, intriga palaciana e ação.

Tecnicamente falando, as belas e muito bem produzidas cenas de ação compensam a falta de ritmo do roteiro em vários momentos. O roteiro, escrito por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, é uma adaptação precisa e respeitosa da obra de Dumas, bem por isso, acaba sendo menos palatável para o gosto do público atual. Entretanto, a habilidade do diretor em dirigir cenas de ação faz a diferença. Essas cenas não são muitas, mas são primorosas, é como se o expectador estivesse dentro da ação. Além disso, elas são todas em plano sequência, sem cortes, o que torna a experiência ainda mais interessante.

O trabalho de fotografia é incrível, há um tom de sépia que torna o filme muito mais atraente. A ambientação, que aproveitou edifícios franceses como cenários, é exuberante e os figurinos, móveis e demais objetos de cena são impecáveis.

O elenco tem nomes importantes, tendo seu maior destaque em Eva Green, que é uma atriz reconhecida por seu talento e que nesse filme não entrega tudo de sua personagem vilanesca porque estará de volta em breve nesse mesmo papel. A Milady, interpretada por Eva Green, será protagonista de uma sequência dessa história que será lançada em breve. Além dela, os três mosqueteiros (Athos, Porthos e Aramis) são interpretados por Vincent Cassel, Pio Marmaï e Roman Duris. Já o papel de D’Artagnan ficou a cargo de François Civil, que faz um bom trabalho, mas não encanta no papel principalmente devido à sua falta de carisma. Vamos à trama!

O filme traz a história do jovem Charles D’Artagnan, que é deixado para morrer depois de tentar salvar uma jovem de ser sequestrada. Em Paris, ele tenta por todos os meios encontrar seus agressores. Essa busca o levará ao centro de uma situação em que o futuro da França está em jogo. Juntamente com os Três Mosqueteiros do Rei, ele deverá enfrentar as maquinações do Cardeal de Richelieu e da misteriosa Milady de Winter.

Por que ver esse filme? Eu diria que a maior qualidade de Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é também o seu maior defeito, no caso sua fidelidade à obra original, que recheia o filme com muitos detalhes. Só isso já bastaria para justificar a ida ao cinema, no entanto, esse excesso de informações nunca é muito bem-vindo para um filme de ação/aventura. De qualquer forma, o filme é uma excelente adaptação, é grandioso e realmente bonito de se ver. Se possível, busque assisti-lo na versão legendada, afinal, ouvir os textos de Alexandre Dumas em sua língua original (o francês) é uma raridade. Um último aviso, como esse é a primeira parte de uma história, prepare-se para sair do cinema com aquela sensação de quero mais, já que o desfecho virá com Os Três Mosqueteiros: Milady, que provavelmente terá sua estreia no final do ano. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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