Ao escrever esta nova exposição de ideias, ressalto que o tema escolhido, não foi uma opção pessoal, mas sim objetivando trazer tal temática para discussão e reflexão de modo aberto e respeitoso, pois o tema é um tanto delicado, muito importante e também polêmico. Alguns inclusive, podem afirmar se tratar de um tema pouco relevante, afinal nosso tempo presente é marcado por uma forte descrença na existência e reverência a uma divindade superior. Ou mesmo, que não há mais espaço para questões religiosas em nossas sociedades atuais. Porém, destacando-se e respeitando-se tais posições, não se pode negar o seu contraponto: a presença de uma pluralidade religiosa, em diferentes e diversas formas de prática e construção de relações, convivendo entre si e com os ateísmos e laicismos, que se fazem presentes.

Penso que em nosso tempo presente, ainda marcado por conflitos religiosos, responsáveis por atitudes intolerantes e discriminatórias, o diálogo inter-religioso, pode se apresentar enquanto um caminho para entendimento, respeito, tolerância, paz e forma de construção de relações sociais-políticas, entre países, culturas e sociedades diferentes, além de estabelecimento de relações sociais-éticas-políticas, mais equilibradas e harmoniosas, no interior de diferentes sociedades, principalmente aquelas caracterizadas por um intenso pluralismo e diversidade religiosa, como a brasileira, por exemplo.

Neste aspecto, refletir e debater sobre o diálogo inter-religioso, nos impulsiona a buscar e constituir linguagens e caminhos variados para se chegar ao que se acredita ser deus, sem nos prendermos a dogmas fanatizados, práticas de intolerância religiosa, promovendo assim o respeito entre as religiões, além cultivarmos e praticarmos mais o respeito, a tolerância e a solidariedade entre a diversidade humana.