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Necropolítica ou a natureza humana corrompida?


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 29/09/2025
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Caríssimos e caríssimas leitoras(es), o título deste novo texto, traz uma questão que considero muito importante, pois transcende a noção de humano bom ou mau, o bem ou o mal, em nossa atualidade e nosso cotidiano, marcados pela violência, que nos faz indagar: “Como pode existir homens/seres humanos tão maus e violentos?” Cito aqui, o filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau, que defende a ideia de que a natureza humana é boa e que na convivência social, passa a ser corrompida, isto é, o homem pode se tornar mal e violento. Citando o pensador francês: “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.”  Obviamente, podemos criticar esta posição e interpretá-la como sendo ingênua e irreal, pois a violência que presenciamos em nossa sociedade, só nos faz perceber a violência e a morte, causadas por homens naturalmente maus.

          O filósofo Achille Mbembe, por sua vez, afirma que nosso tempo presente exercemos a capacidade de estabelecer parâmetros em que a submissão da vida pela morte é legitimada. Temos o que este pensador denomina como Necropolítica, que destrói corpos. Fazendo morrer e determinando quem pode viver e quem deve morrer, autorizando ou praticando a morte e a subjugação, especialmente de grupos ou comunidades, consideradas como indesejáveis ou inimigos. O dito poder dos bandidos ou facções criminosas, ao dominar territórios, contribui para a desumanização e indignificação de comunidades onde residem, as transformando em moradias de mortos-vivos e consequentemente, em alvos do exercício de necropolítica por parte do Estado. Assim, aparentemente a resposta para a questão colocada nesta coluna, torna-se fácil. Contudo, quero terminar este texto, formulando o seguinte questionamento: “Estes criminosos que integram facções e milícias, vieram das trevas ou saíram do seio de uma sociedade, que não lhes proporcionou ou proporciona as condições para não se corromperem?

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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