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O conhecimento é plural


Por: Dr. Felipe Figueira
Data: 18/03/2022
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Este é o primeiro texto desta coluna feito por três pessoas: minha mãe, Rosângela Figueira, uma mestranda da UERR/IFRR, Jacilene Cruz, e eu. A ideia surgiu ao acaso e a contarei por meio de breves palavras.

1) Minha mãe tem por hábito fotografar. Desde que eu era pequeno ela já era a memorialista da família. Dias atrás, recebi de minha genitora a foto de uma árvore seca, em um fantástico pôr de sol, e a compartilhei em minhas redes sociais.

2) Jacilene comentou comigo que a árvore parecia que estava fazendo uma “adoração em vão”, e eu, achando esse comentário bonito, disse que ele era poético.

3) Eis que recebo, de surpresa, um poema de Jacilene em homenagem tanto a uma árvore que tinha na Bahia, sua terra natal, quanto em homenagem à fotografia da minha mãe.

4) O conhecimento é plural. Abaixo, compartilho a foto e o poema.

O sol amanhece

E ela está lá, em pé, adorando-o.

Numa insistência bruta

brutalidade em resistir.

Uma adoração em vão,

a árvore segue

já sem folhas, sem pele,

a carne queimada

pelo sol, objeto de veneração.

Até o astro-rei se incomoda com tanto amor.

- Podes ir, descansa teus ossos já descarnados, afunde terra adentro, já não te admiro mais, podes sucumbir, já não tens vida.

- Não posso, responde a árvore que definha.

- Te adorar é minha sina.

 

Dr. Felipe Figueira

Felipe Figueira é doutor em Educação e pós-doutor em História. Professor de História e Pedagogia no Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Paranavaí.


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