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Não é apenas uma árvore


Por: Jaqueline Pirão Zotesso
Data: 24/09/2019
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No dia 21/09 comemora-se o dia da árvore. Você, de alguma forma, comemorou ele no sábado passado? Muito provavelmente não. E talvez, bem ao contrário, tenha reclamado da “sujeira” das árvores, ou melhor, das folhas, flores ou “cola” que caem dela, especialmente nesta época do ano.

De fato, na correria do dia a dia é difícil dar conta de varrer tanta folha! E acabamos nos esquecendo de todos os benefícios que as árvores nos proporcionam, até porque nos dias mais quentes muitas vezes estamos dentro de ambientes ou veículos fechados e com o ar condicionado ligado. Mas basta uma saída sob sol escaldante para nos lembrarmos do alívio que uma sombra nos traz.

Muitas pessoas querem remover a árvore de frente às suas casas por fazer muita sujeira, alegando que irão plantar outra que “suje” menos no lugar. Mas, se toda a população fizesse isso, imagina quanto tempo ficaríamos sem árvores?! Não é de um dia para outro que a natureza nos presenteia com tamanha grandiosidade...

Para dar a devida importância que toda árvore merece, convido você a fazer uma reflexão sob o ponto de vista da teoria geral dos sistemas, com base em um trecho do filme “O Ponto de Mutação”, do livro de Fritjof Capra.

“Se você tentar entender a árvore como algo isolado, ficará intrigado com os milhões de frutos que ela produz na vida, pois apenas uma ou duas árvores resultarão deles. Mas se você enxergar a árvore como membro de um sistema vivo maior, tal abundância de frutos fará sentido, pois centenas de animais e aves sobreviverão graças a eles. INTERDEPENDÊNCIA. A árvore também não sobrevive sozinha. Para retirar água do solo, ela precisa dos fungos que cresce na raiz. O fungo precisa da raiz e a raiz precisa do fungo”.

É...olhar para os sistemas vivos como um todo parece fazer muito mais sentido. A teoria geral dos sistemas reconhece a INTERDEPENDÊNCIA como a essência de todas as coisas vivas e nos permite ver o mundo como realmente é.

Nesse sentido, assim como não devemos olhar unicamente para a “sujeira” da árvore como pressuposto para nos livrar dela, também não podemos olhar para os problemas globais isoladamente e buscar entendê-los e resolvê-los de forma separada.

Vamos começar varrendo mais as nossas calçadas?!

 

Recomendação de leitura:

Capra, Fritjof. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 2006.

Jaqueline Pirão Zotesso


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