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Maio Laranja


Por: Rhuana Moura Pacheco
Data: 08/05/2023
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O mês de maio tem como enfoque o combate ao abuso e à exploração sexual infantojuvenil no Brasil, mais especificamente no dia 18, em memória à Araceli Crespo, que com oito anos foi sequestrada, violentada e assassinada no dia 18 de maio de 1973. A iniciativa de trazer visibilidade para esse assunto no mês de maio tem como o objetivo de conscientizar sobre a realidade do abuso e exploração para com as crianças, afinal, a partir do conhecimento da causa é que podemos buscar soluções e/ou prevenção aos casos de violência sexual de crianças e adolescentes.

A cada hora, no Brasil, três crianças são abusadas e a maioria possui de 1 a 5 anos de idade. Os dados anuais são ainda mais assustadores, já que 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente por ano – número que nem chega perto da realidade, já que só 7,5% dos abusos são denunciados. Em Maringá de 2016 a 2020 houve mais de 500 casos denunciados, entretanto, como a taxa de denúncia é baixa, acredita-se que em média 7000 crianças tenham sido violentadas.

Mas espera aí, utilizamos neste texto até agora dois termos: abuso e exploração. Qual a diferença entre os dois, psi?

O abuso sexual infantil se enquadra como uma violência sexual contra criança ou adolescente, tendo ou não contato físico. Já a exploração sexual infantil se dá quando uma criança ou adolescente é forçado a realizar atividades sexuais por dinheiro, presentes ou outros benefícios. Em suma, o abuso traz uma violência direta para a vítima apenas, enquanto na exploração há um terceiro envolvido que se beneficia – neste caso podemos citar o uso de imagens no meio digital, como a situação de pedofilia e exploração que ocorria na novela “Travessia”, na Rede Globo, em que a garota foi enganada digitalmente por um pedófilo, que usou as imagens colhidas ao longo dos encontros com a “amiga” pela qual se passava para chantagear a moça e conseguir mais conteúdos sexuais. Indo de encontro com essa informação, é importante apresentar que no Brasil, aumentaram em 9,91% os casos de crimes envolvendo fotos e vídeos de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2022 se comparado com o ano anterior.

Todo tipo de violência traz consequências negativas para crianças e adolescentes, sejam elas vítimas ou testemunhas do crime. São vistos prejuízos cognitivos e de aprendizagem, sociais e afetivos e, inclusive, o surgimento de transtornos mentais e de comportamento. A violência sexual é um problema de saúde pública e é necessário que existam políticas e olhares voltados para a prevenção e manutenção desses casos, além de um apoio integral com efetivação no sistema de denúncias e acolho às vítimas.

Vamos então aos nossos deveres: Desconfia de algum caso de abuso ou exploração? Tem certeza de que acontece? “Passa pano” pra algum colega, parente ou conhecido que tem atitudes suspeitas com crianças e adolescentes (e isso vai desde uma fala até um ato mesmo)? DENUNCIE. Não podemos ser negligentes e muito menos colaborar com situações de violência. A denúncia pode ser feita mediante suspeita, não é necessário confirmação, basta utilizar o Disque 100 que é uma central especializada ou outros meios, como o número 190, o aplicativo “Direitos Humanos Brasil”, contatando o Conselho Tutelar da sua cidade, a Delegacia de Polícia ou pelo email: disquedenuncia@sedh.gov.br.

Repito: Não sejamos negligentes! Nossas crianças contam conosco. Faça bonito!

Referências:

PALEARI, Claudia Nascimento. A atuação da(o) Psicóloga(o) nos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. CRP-PR, 2021. Disponível em: https://crppr.org.br/violencia-sexual/. Acesso em: 05/05/2023.

Site oficial da campanha: https://maiolaranja.org.br/

Rhuana Moura Pacheco

Habla mesmo, psi


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