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Jogos de Guerra: Ganhar o poder e causar a morte


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 10/10/2024
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A partir do título escolhido para esta nova exposição de ideias, desenvolvo uma rápida reflexão referente à guerra. Reflexão e discussão necessária, principalmente neste nosso momento presente, onde se desenha um conflito de proporções graves no Oriente Médio. Parto para a nossa discussão, representando a guerra como um jogo, que envolve sempre estratégias, táticas e lances, visando a precisão dos golpes ou xeque-mates nos inimigos. Lances e jogadas calculados com o intuito de causar a “morte” entre os inimigos. Os jogos de guerra, passam também pela demonstração do potencial bélico dos jogadores, com o intuito de aterrorizar e intimidar os oponentes, para assim um dos lados do jogo, passar a ideia de superioridade de destruição total a cada lance.

Ao longo da História humana, são vários os jogos de guerra, praticados em inúmeros e diferentes tabuleiros sangrentos, mas alguns destes tabuleiros, aparecem com muita frequência para tais jogos, marcados por lances de destruição e morte das peças. Atualmente, os lances contra os inimigos são caracterizados pelos lançamentos dos mísseis e bombas que apresentam um potencial destrutivo enorme, visando destruir o lado adversário. Nestes jogos de guerra, que podemos representa como se fossem um jogo de xadrez, o que se busca ganhar?   Indubitavelmente, o poder político, sobre todo o tabuleiro e as peças do lado derrotado. Dominar o espaço das peças. Retirar o inimigo completamente do jogo. Pode-se também destacar o poder econômico, que o jogador bélico, visa muitas vezes lucrar economicamente, após vencer o jogo, mais uma vez dominando todo o tabuleiro e objetivando lucrar com a derrota do adversário. Não podemos deixar de ressaltar, outros desejos de poder nos jogos de guerra, como o poder ideológico, onde lados opostos dos tabuleiros que se confrontam, acreditam ser melhores do que o oponente, apresentando uma visão de mundo que justifica em cada jogada de mísseis, foguetes e bombas, derrotar o oponente, visto como o lado errado e mais fraco. Há também um viés de poder-teológico-religioso, marcando a oposição entre os jogadores, que acreditam que nas escritas de livros religiosos ou na imagem de uma divindade, que coloca como jogador vencedor e ungido para atingir a vitória sobre o adversário.

Finalmente, porém não menos importante e muito ao contrário, algo muito grave, temos as peças que são mortas, a cada lance bélico. Corpos de seres humanos, cujas vidas não são consideradas importantes. São peças dos jogos de guerra, que servem de alvos e inclusive são usados como estatística da morte, para justificar o contragolpe, respondendo ao lance mortífero desferido pelo jogador adversário. Penso que nos jogos de guerra, o dito vencedor, também perde, pois com certeza para ganhar o poder e se manter apto a jogar, precisará sempre se manter jogando e se aprimorar nos lances de matar, mas também recebendo os golpes de morte de novos jogadores adversário, que talvez possam ser mais fortes e mortais.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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