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Jesus e seu dever para com o mundo


Por: Luciano Rocha Guimarães
Data: 16/01/2023
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Com relação aos deveres e as exigências que o mundo reivindica para quem dele se beneficia, qual foi a atitude de Jesus? A atitude de Jesus quanto a isso foi peculiar. Ele conhecia apenas um dever para com o mundo: um dever religioso. Ou seja, seu objetivo sempre foi uma renovação espiritual e moral, um renascimento interior do homem e, a partir daí, do mundo. Mesmo aquelas pessoas que lutam por uma causa justa se esquecem que a luta por aquela causa não os torna justos. Qualquer movimento intenso, aos olhos de Jesus, precisa olhar para o fundo da sua própria alma para arrepender-se dos seus próprios males, para não se destruir e ao próprio povo que procura servir.

Jesus nunca labutou, buscando uma melhoria exterior daquelas coisas que existiam como cultura, sociedade, instituições ou associações de sua época. Se assim o fizesse, teria pouca coisa a nos dizer hoje em dia, porque o exterior muda. A alma humana, essa sim, para Jesus, era o cerne e o propósito de sua mensagem, pois vale mais que o mundo todo.  Se o homem não é feito para o sábado, conforme Ele mesmo afirmou, muito menos o será para a cultura. Para Jesus, a cultura, a política e a civilização são feitas para o homem, e o homem é feito para Deus. Tudo o que existe como um fim em si mesmo ou por amor a si próprio era para Jesus uma aberração absurda, pois todas elas devem servir à humanidade, e a humanidade servir a Deus.

A característica essencial de qualquer homem não deve ser encontrada em seu relacionamento com o mundo, e sim na sua comunhão com Deus. Para Jesus, a construção de um reino de misericórdia, justiça e verdade vai muito além de toda a civilização e de toda a cultura que se possa edificar. Esta é a diferença entre a atitude de Jesus e a nossa, pois a maneira como compreendemos a vida é inteiramente governada por este mundo, mesmo que não neguemos a existência de outro. As políticas, as ideologias, as afeições desgovernadas, o zelo mal direcionado, as paixões acirradas, não são todas evidências desta realidade? Jesus tinha uma fina percepção do fato de que um estado avançado de civilização significa um estado avançado de escravidão, devido ao engano que as riquezas e os poderes terrenos produzem e dos cuidados que ela exige em seu caminho. Foi com sabedoria singular que Jesus advertiu a alma humana, recomendando que ela fosse somente uma usuária agradecida do mundo, trabalhando nele e por ele, no sentido de que tal trabalho é um dever para com Deus antes de tudo.

Penso que Bismark, o influente estadista alemão, refletiu este ensinamento de Jesus, quando escreveu: “Dentro de cinquenta anos, ou talvez antes, pouco nos importará como vão as coisas na Prússia e na Áustria, se tão somente a misericórdia de Deus e os méritos de Cristo habitarem em nossa alma”. Desde Jesus somos conclamados a viver no mundo, mas interiormente acima dele, buscando de todas as formas o país que está além (Extraído do livro, "Jesus de Nazaré".

Luciano Rocha Guimarães


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