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Ingratidão


Por: Fernando Razente
Data: 24/04/2023
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Romanos 1.21(a): “(...) porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças;”

 Na semana passada concluí a exposição do versículo 20 mostrando que a humanidade é indesculpável diante de Deus por conta de seus pecados.

Hoje daremos início a interpretação do versículo 21, que reforça e amplia as noções anteriores de culpa geral da humanidade.

Essa primeira parte do versículo 21 está relacionada ao que vimos na última cláusula do versículo 20 e mostra ao leitor a razão por que a humanidade não tem desculpas ou recursos de defesa diante de Deus.

Como Paulo argumenta, a humanidade é indesculpável “(...) porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças”.

Que “conhecimento de Deus” é esse que a humanidade tem? Ora, Paulo fala a respeito daquele conhecimento procedente da manifestação outorgada na criação visível.

Ou seja, a percepção cognitiva extraída da manifestação da glória de Deus na criação visível é o que Paulo se refere quando diz: “tendo conhecimento de Deus”.

Sendo assim, onde reside a culpa e a inescusabilidade da humanidade? Se ela possui o conhecimento de Deus não deveria possuir aprovação ao invés de condenação? Na verdade, não.

Pois, ainda que, possuindo este conhecimento grandioso, a humanidade não rendeu (e não rende) a Deus a glória e gratidão, “(...) às quais o conhecimento que possuíam deveria tê-los constrangido.”, escreveu John Murray.

Glória e gratidão são subtraídas de Deus através da corrupção da humanidade. Glorificar a Deus — fique isto claro — não é aumentar a glória de Deus, mas é, como diz Murray “(...) atribuir a Deus a glória que Lhe pertence como Deus, dar-Lhe, nos pensamentos, afetos e devoção, o lugar que Lhe pertence, em virtude das perfeições que a própria criação visível manifesta.

Sendo assim, aquele que dá a devida glória de Deus pelas suas perfeições e atributos manifestos na criação é, por sua vez, uma pessoa realmente grata; é uma pessoa que ora: “Senhor, teu é o mar e a terra e tudo o que há; fruto de suas mãos é a criação. Louvado sejas!”. 

Por outro lado, a pessoa ingrata é aquela que, apesar de experimentar, viver e se folgar no Teatro da Glória de Deus (usando a expressão de Calvino), refere-se a todas essas coisas como obras de suas mãos ou de falsos deuses. Ela ora (ora?) assim: “Eu agradeço a mim mesmo por tudo que vejo, toco e experimento. Obrigado a mim mesmo por tudo o que tenho!”.

Eis a essência da ingratidão no coração do ser humano: não referir-se a Deus como fonte de toda vida, existência e realidade.

Portanto, como conclusão, não é suficiente ter os dados informativos na mente sobre uma deidade por detrás da criação, é preciso glorificar ao verdadeiro Deus, através da atribuição grata de tudo que somos e das boas coisas que experimentamos a Ele, o Criador e Mantenedor do Universo.

Até a próxima.

Que Deus te abençoe!

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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