Carissimos (as), leitores e leitoras, começo esse artigo com a seguinte citação do pensador sul-coreano Byung Chul Han: “O que hoje chamamos de crescimento é, na realidade, uma proliferação cancerígena e sem rumo. Vivemos atualmente um delírio de produção e de crescimento, que se parece com um delírio da morte.”

Esta citação de Han, pertence ao seu livro intitulado como Capitalismo e Impulso da Morte. Este pensador, desenvolve sua reflexão crítica, com referência a nossa atualidade, a partir de um processo de excessiva busca pela produção e o consumo das coisas. Um processo desenfreado, segundo Han, que nos envolve em um modo de impulso de morte, pois passamos a fazer parte desta desenfreada produção e excessivo consumo, a ponto de nos descaracterizarmos enquanto seres humanos, nos levando a um impulso de morte.

Tal condição, nos passa desapercebida, já que o desejo excessivo de consumir e produzir, faz parte da práxis capitalista, em nossa atualidade. Desta forma, o que se identifica atualmente como crescimento econômico, se expressa nesse impulso de morte, que nos faz buscar produzir e consumir ao extremo. Neste aspecto, o produzir se assemelha ao ato de destruir. Porém, destruir mais especificamente o que? Se faz referência à destruição do humano, que chega ao grau máximo de autoalienação de sua humanidade, o que pode levar ao seu aniquilamento, se encontrando alienado exatamente pelo impulso de morte, que produz uma subjetividade como a do homo oeconomicus, que assume esta pulsão de morte.

Um homo oeconomicus, se assumindo enquanto sujeito egoísta e maximizador de utilidade, buscando sempre o seu próprio interesse e a otimização de seus recursos. Esta maximização o pode levar ao impulso da morte e por consequência sua eventual destruição, quanto a sua condição de ser humano.