Reconheço a estranheza no título demais esta exposição de ideias. Garanto que este tema, representado no título, foi fruto de uma colocação de minha esposa, durante uma conversa, sobre a condição existencial humana. Minha consorte, expressou a nossa constância de “trocarmos o óbvio pelo duvidoso”. Tal reflexão me fez pensar que a obviedade não é algo banal em nossa existência. Muitas coisas que aparentemente nos levam a aceitar certas posturas, ideias ou situações, são justificadas pela nossa visão de obviedade. Contudo, o óbvio deve sempre ser analisado e refletido, pois muitas vezes nos desapercebemos de que nossa existência depende de compreendermos até onde o óbvio tem ou não seus limites. E por qual motivo? A obviedade, pode ser positiva no sentido de nos recolocar ou equilibrar em um momento em que perdermos em confusões e medos. Como a situação pela qual estamos passando, devido à essa pandemia que teima em ficar conosco e nós com ela. Percebam, obviamente, devemos ou deveríamos agir de acordo para dela nos livramos o mais rapidamente possível. Aí, trocamos esse óbvio pelo duvidoso. Como um tipo de atitude ou pensamento que nos pode levar ao ceticismo, a indiferença, ao agir irresponsável e ao relativismo. O resultado pode ter consequências que não apenas desestabilizam a minha própria condição existencial, mas também a de todo um conjunto. O óbvio aqui, não se refere a uma zona de conforto, mas ao cuidado de refletirmos sobre a necessidade de sabermos como trafegar entre estes dois caminhos: o que nos parece óbvio e a escolha pelo duvidoso.