Fevereiro Roxo e o Lúpus
Dando continuidade ao Fevereiro Roxo, campanha que visa incentivar o diagnóstico precoce, e dar uma melhor qualidade de vida aos portadores de doenças incuráveis e crônicas como o: Alzeimer, a Fibromialgia e o Lúpus, falaremos hoje sobre o Lúpus.
Lúpus eritematoso sistêmico ou simplesmente lúpus, não é uma doença tão rara assim, mas, que poucas pessoas conhecem ou ouviram falar.
O lúpico é um paciente muito sensitivo, e se sente incompreendido com a indiferença das pessoas, que não vê como uma doença séria. E este sentimento pode acarretar problemas psicológicos, e assim, ele além de enfrentar todos os problemas causados pela doença, ainda pode vir a desenvolver depressão.
Mas, o que vem a ser esta doença? Lúpus é uma doença inflamatória crônica autoimune e não é contagiosa.
O nosso sistema imunológico é, responsável por proteger nosso corpo, contra diversas infecções, mas, de forma misteriosa, ele começa a produzir anticorpos em excesso, que acabam por reconhecer nossos órgãos, e tecidos como invasores externos, assim, diante da ameaça ele começa a atacá-los, causando várias inflamações e lesões.
Pode acometer somente a pele com manchas, principalmente no rosto em forma de asas de borboleta, ou em forma discoide no corpo, chamado de Lúpus cutâneo; ou atingir vários órgãos, como a mucosa da boca, pele, o coração, o sangue, músculos e articulações, rins e pulmões, este é chamado de lúpus sistêmico. Em 50% dos casos os pacientes podem desenvolver inflamação nos rins, que se não tratado adequadamente o rim pode parar de funcionar, e o paciente pode precisar fazer diálise ou um transplante renal.
A causa é desconhecida, mas fatores genéticos, ambientais, e hormonais, podem estar associados.
O lúpico se sente sempre cansado e desanimado; tem febre constante; queda de cabelo; pressão alta; manchas pelo rosto, na nuca, e no couro cabeludo (principalmente quando expostos ao sol); aftas na boca; ao redor das unhas elas ficam inchadas e vermelhas; dores de cabeça e ao respirar; emagrecimento e dores nas articulações, que começam pela manhã e amenizam no início da tarde.
Acomete mais mulheres em idade fértil do que homens. Em mulheres o lúpus pode aparecer logo na primeira menstruação, e desaparecer quando elas entram na menopausa. Pois, a presença do hormônio feminino, estrogênio, é fator agravante para a doença.
Hoje em dia, é perfeitamente possível que a lúpica possa engravidar, mas, para isso ela deve estar em estado de remissão por pelo menos 6 meses, sem sintomas, e ser acompanhada adequadamente não só por um obstetra, mas, também pelo seu reumatologista.
Outro cuidado que a mulher precisa ter é, evitar ou suspender o uso de anticoncepcionais.
Como acomete o sistema cardiovascular é muito importante ter uma dieta saudável evitar gorduras e o álcool, diminuir o uso de sal e açúcar.
Evitar o tabagismo é muito importante para o controle da doença.
A atividade física regular principalmente a aeróbica, como a caminhada, ajuda a controlar a pressão, a glicose no sangue, mas, também a evitar a osteoporose, trazendo uma sensação de alívio e conforto.
O lúpico deve ter um repouso adequado, procurar dormir bem, e evitar situações de estresse que pode ser um gatilho para a doença.
Ter boa higiene para evitar infeções.
Outro fator é a radiação solar, o lúpico não pode tomar sol, e se tomar, deve ter o cuidado de se proteger com roupas com fator de proteção, usar chapéus ou bonés, óculos escuros e nunca se esquecer de, usar protetor solar com FPS acima de 50.
O tratamento é feito mediante as manifestações apresentadas, então, ela difere de um para o outro, são usadas medicações para regular o sistema imunológico, tais como: anti-inflamatórios, analgésicos, corticoides (cortisona), antimaláricos e imunossupressores; que devem ser receitados e acompanhados por um reumatologista.
Neste caso sim, o uso da cloroquina é bem-vinda sendo receitada tanto nas formas leves e graves da doença, e mantida mesmo no estado de remissão da doença.
Lúpus atualmente não mata, não tem cura, entretanto, existem tempos que o paciente se sente curado, e não têm sintomas da doença, este estado chama-se remissão, mas, se, o paciente se expor a fatores agravantes, a doença é ativada. Agora, se, o lúpico fizer o tratamento corretamente pode levar uma vida tranquila, praticamente normal, viver muito bem, e por vários anos.
Ele luta pela sua saúde todos os dias, de uma forma que as pessoas não entendem. Ele não é preguiçoso e sim um guerreiro. Portanto seja solidário e compreenda o lúpico.
Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.