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Esperança real e verdadeira para os aflitos


Por: Especial para JN
Data: 04/10/2021
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Por Rev. Azael Araújo

Vivemos em tempos de doenças, sofrimentos e muita dúvida. Nesse mar tempestuoso, muitos estão procurando um lugar seguro e inabalável para depositar sua confiança. 

Mas há esperança? Onde encontrá-la? Na ótica da pós-modernidade, onde domina o relativismo, a única certeza que podemos ter é que ninguém pode ter certeza absoluta sobre nada. Ora, se tudo é relativo, nem mesmo a esperança escapa dessa onda de lama. Se dermos ouvidos às vozes deste tempo, iremos colidir em rochas e naufragar fatalmente.

Aqui e acolá encontramos alguém tentando tatear esperança nesse quarto escuro da pós-modernidade, mas ela não é encontrada. A humanidade acreditou que a solução de tudo estaria na razão e nos avanços científicos e declararam “Deus está morto”. No final das contas, segundo essa perspectiva, o sucesso da esperança está focado num mundo sem Deus. Porém, o tempo passa e o mundo continua falido, apesar de grandes avanços e boas conquistas. Os homens se afundam mais e mais em egoísmo e corrupção e uma infinidade de mazelas sem respostas. O ser humano está quebrado e a sua esperança nesse mundo de relativismo e sem Deus é apenas um bom desejo, um pensamento positivo, mas sem nenhuma garantia. Uma fantasia e nada mais.

Isso tudo é realmente muito preocupante. As consequências de um mundo sem a verdadeira esperança são catastróficas. Ora, o ser humano é basicamente um ser esperançoso e a esperança é o combustível da vida. Alguém disse, e é verdade, que a esperança é um princípio motivador e orientador da vida de todos nós. Ela nos faz combater um bom combate; ela é fundamental para produzir em nós ânimo, resiliência, paciência, perseverança e humildade. Ela “consegue ver o céu através das mais densas nuvens.” (Thomas Brooks). O coração esperançoso sabe que, acima das densas nuvens de tempestade, está o sol brilhando pujantemente e isso faz toda diferença.

Apesar das incertezas, descrenças e desespero deste mundo confuso, as Escrituras Sagradas nos ensinam que a verdadeira esperança é real e  absolutamente certa. A esperança do cristão é o Senhor Deus, criador dos céus e da terra e que é fiel. O salmista declarou: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus, que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e mantém para sempre a sua fidelidade.” (Salmo 146.5,6).

A esperança cristã está fundamenta em Deus e se lança para abraçar suas santas e incomparáveis promessas. O autor aos Hebreus exorta em sua carta que guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10.23). E o profeta Jeremias bradou uma das mais belas verdades: Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.” (Jr 17:7). 

A esperança do povo de Deus é também a pessoa bendita de Seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. O apóstolo Paulo quando escreveu a Timóteo disse “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança” (1Timóteo 1.1) e aos crentes de Colossos, afirmou “a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:27).

Nossos pecados nos afastaram de Deus, nosso Criador, e trouxeram morte e desesperança para o mundo. No entanto, o Filho de Deus veio nos resgatar de nossas misérias, perdoar pecadores arrependidos e dar vida eterna. Segundo o apóstolo Paulo o evangelho é o fundamento da nossa esperança: E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Foi, com efeito, quando ainda éramos fracos que Cristo, no tempo marcado, morreu pelos ímpios.” (Romanos 5.5,6)

Segundo as Escrituras, a esperança cristã significa fixar nossos olhos em Deus e em Seu Filho Jesus Cristo. Depositar nossa confiança em Sua pessoa e em suas obras de governo e salvação. O coração esperançoso se agarra nas promessas e bênçãos futuras, em vez de em nós mesmos, ou nas coisas deste mundo efêmero e passageiro com suas ideologias furadas com seus falsos redentores.

Isso não significa que não passamos por grandes batalhas, perigos e até mesmo fracassos. Na verdade, como qualquer ser humano, passamos por momentos dramáticos nesse mundo caído. Muitas vezes, nos embates da vida, precisamos dialogar com nossa própria alma aflita, fazendo-a calar e esperar em Deus, como nas palavras do salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” (Salmo 42.5).

É verdadeira a afirmação de David Powlison quando disse que “o rio da vida frequentemente flui através de pântanos de desânimo”.[1] Cristãos não estão isentos de sofrimentos. Conhecemos também a depressão, as doenças, o luto, a solidão... mas também conhecemos o Deus a quem a vida flui. Nos momentos amargos da vida, Ele que é a nossa esperança faz toda a diferença, pois se move em nossa direção para nos socorrer. O Deus da esperança derrama das suas preciosas graças sobre seu povo para que sejamos “ricos em Esperança no poder do Espírito Santo” (Romanos 15.13).

Querido leitor, quando os homens põem suas esperanças no lugar errado, serão motivados e agirão também de conformidade com o erro e estarão perdidos. Mas se põem suas esperanças em Cristo, estarão eternamente salvos, seguros e serão santos e bem-aventurados. Em quem ou no quê você tem depositado sua esperança? Quem ou o quê é a sua esperança? Onde sua alma está ancorada?

Penso que fazemos muito bem em ouvir o sábio conselho do salmista: “espere Israel no SENHOR, pois no SENHOR há misericórdia; nele, copiosa redenção” (Salmo 130.7).

A Paz de Cristo Jesus!

 

Rev. Azael Araújo

Igreja Presbiteriana do Brasil em Nova Esperança

rev.azaelaraujo@gmail.com

 



[1] POWLISON, David apud ESWINE, Zack. A depressão de Spurgeon. Esperança realista em meio à angustia. São José dos Campos: Fiel, 2015. p. 3.


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