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Dia Internacional da Conscientização da Perda Gestacional e Infantil: leve amor, carinho e empatia onde hoje é dor


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 20/10/2022
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A perda de um filho, não pode ser encarada como algo natural ou normal. Para os pais, e principalmente para mãe é um sonho, um sonho idealizado, planejado, porém, não concretizado.

         Os pais na esperança de ter um novo membro da família, amaram a ideia e depositaram amor neste projeto que tomou vida, mas, por alguma razão, com ou sem justificativa, este novo ser para de respirar.

         A alegria torna-se tristeza. A esperança de ter o filho nos braços, dá lugar ao desespero. Lágrimas inundam os olhos. E o sentimento de angústia pela perca, fazem com que principalmente a mãe se pergunte.

         — Onde eu errei? Será que fiz algo que pudesse fazer mal ao meu bebê?

         Um misto de sentimentos se confunde: tristeza, choque, confusão, raiva, inveja, culpa, vazio, solidão, pânico. É perfeitamente normal que a mãe se sinta assim, é bom que ela viva o luto. Chorar alivia a alma. Falar sobre faz bem, apesar das pessoas acharem que ao falar trará sofrimento, na verdade quando ela põe para fora o que ela está sentindo, ajuda no processo de cura da dor.

         Agora, é bom viver o luto por um tempo, não se deve vivê-lo para sempre. Estes sentimentos quando não tratados podem trazer problemas graves na saúde mental como a depressão.

         Se a mãe começar a mudar seu comportamento de uma forma que traga prejuízos na sua qualidade de vida é necessário realizar uma avaliação psicológica, até mesmo psiquiátrica e com a ajuda de medicamentos.

         Alguns sinais e sintomas devem ser observados, que podem servir como um alerta, para a procura de um especialista:

- Diminuição de autocuidados e com a higiene pessoal;

- Dormir e comer demais ou de menos;

- Perda da satisfação (ela não sente mais prazer em nada), e interesse em realizar as atividades do dia a dia;

- Falta de interesse em geral;

- Irritabilidade e impaciência constantes.

         Dada a importância deste tema em 1988, o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, proclamou o mês de Outubro como o mês da consciência sobre a Perda Gestacional e do Recém-Nascido, data que se espalhou mundo afora após a ONG The Wave Internacional of Light, criar um movimento chamado de “Wave of Light” (onda de luz), que se trata de um convite aos pais que sofreram perda gestacional ou infantil, para mostrar que sim seus filhos importam, serão lembrados e para sempre amados.

         O dia escolhido para honrar a memória destes anjos que ganharam suas asas antes mesmo de tocarem a terra, é o dia 15 de outubro, que é o Dia Internacional da Conscientização da Perda Gestacional e Infantil. Neste dia os pais são convocados a acender uma vela às 19 horas da noite, em seus respectivos fusos horários, e que deixem queimar por pelo menos uma hora.

         O resultado é uma cadeia contínua de luz, que atravessa o globo por um período de 24 horas em honra e memória dos bebês e das crianças que faleceram durante a gravidez, logo após o nascimento, ou durante a infância. E postar marcando as hashtags:

WaveOfLight, #OndaDeLuzBrasil, #AmorQueGuia, #WaveOfLightBrazil, #SejaLuz, #OndaDeLuzBrasil, #HumanizaçãoDoLutoBrasil.

         Algumas dicas do @um.colo, para que você NÃO deve fazer, quando encontrar uma mãe que perdeu seu bebê podem ser uteis: Dizer que foi melhor assim, porque para ela não foi. Falar que em breve ela terá outro bebê (um bebê não substitui o outro). Fingir que nada aconteceu (doí muito sentir que a partida do filho não foi relevante). Falar que antes agora do que se o bebê estivesse maior (não existe grau de dor. A perda de um filho fica marcado na alma da mãe, mesmo que ele tenha existido por apenas 1 mês).

         Dicas do que você PODERIA fazer da @um.colo: Fale que você sente muito pela perda dela. Se o bebê tiver um nome, se refira a ele (a) pelo nome. Dê espaço para que a mãe chore e lamente a enorme dor que ela está sentindo. Não é problema se emocionar com a dor do outro. Ninguém precisa ser “forte”. Se você tiver comprado algo para o bebê, entregue a mãe. Lembre-se que um abraço vale mais que mil palavras.

         Infelizmente vivemos em uma sociedade que não sabe lidar com a dor e com as perdas. Quem disse que tudo precisa estar sempre bem, e precisamos estar felizes e alegres o tempo todo? Há horas que é preciso entristecer, de sentir dor, para que a ferida possa se fechar, tornar-se uma cicatriz, e virar apenas uma lembrança, e assim a gente se cura dela. Com a falta de empatia, cuidado e apoio os pais sofrem ainda mais, muitas vezes onde poderia vir o colo vem frases que machucam ainda mais.

         Porém, as pessoas não fazem por mau, elas realmente não sabem como agir. Lembre-se ao encontrar alguém que perdeu seu anjinho. Diga sinto muito, dê um abraço gostoso, não diga mais nada, apenas escute o que os pais têm para te falar, o tempo que for preciso.

         Vamos levar amor, carinho, empatia e cuidado, onde hoje é dor e tristeza.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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