Fevereiro Roxo: fibromialgia se não há cura, que haja conforto
O fevereiro roxo é uma campanha que tem como objetivo conscientizar a população a respeito de 3 doenças, a saber: a Fibromialgia, o Lúpus e o Alzheimer. Todas elas são incuráveis, mas todas têm tratamento. O tratamento visa dar maior conforto, devolver a qualidade de vida, e minimizar os sintomas.
Diante disso é muito importante se informar sobre elas para que possamos prevenir, tratar e controlar. Ora, se diagnosticado precocemente é possível evitar que os sintomas avancem.
Falaremos hoje sobre a Fibromialgia, os pacientes que sofrem deste mal também têm que enfrentar o preconceito.
Dores por todo o corpo, a pessoa não consegue definir se a dor é no músculo ou articulações. Elas se queixam e exclamam:
- Doí tudo, não há nenhum lugar que não doa. Como se a dor andasse pelo o corpo.
Ao acordar pela manhã se sentem cansados e doloridos, com a impressão que não dormiram nada, como se tivessem trabalhado a noite toda. Relatam que as extremidades estão inchadas, porém, ao exame clínico feito por um profissional, não se percebe nada, este inchaço chama-se inchaço subjetivo.
Cansaço extremo, sono não reparador, a memória falha, o nível de concentração diminui, ansiedade, formigamento e dormência, depressão, dores de cabeça, tonturas, problemas para urinar, como a disúria, e intestinais, como a constipação, insônia, antes de dormir, as pernas ficam inquietas e durante o sono elas se movimentam, dores abdominais e queimação. Muito sensíveis ao toque, sentem dor ao serem tocadas em vários pontos no corpo, chegam ao ponto de recusar um abraço ou um carinho.
Embora não haja lesões aparentes, e com exames normais, elas sentem dores. E é uma dor real que pode vir a piorar se expostas a situações de estresse emocional, excesso de esforço físico, exposição ao frio, sono ruim ou alguns traumas.
Acomete mais mulheres do que homens, entre 30 a 55 anos. Mas, também pode aparecer em crianças, adolescentes e idosos. A dor pode durar de 3 meses, anos ou a vida toda.
A ansiedade e a depressão podem ter uma influência muito negativa para os portadores da doença, pois, a tristeza e a infelicidade aumentam as dores e o desconforto. Ao passo que os sentimentos positivos como a alegria, felicidade e o otimismo diminuem o desconforto.
O diagnóstico é feito clinicamente, através dos sinais e sintomas apresentados não há exames específicos para ela. A Fibromialgia pode estar associadas a outras patologias, então, o reumatologista pode pedir exames como ultrassom ou tomografias não por causa da fibromialgia, mas, para afastar ou descobrir outras patologias associadas.
Não existe cura, mas existe controle. Ela não é fatal, entretanto, pode durar a vida toda. Mas com o devido tratamento a pessoa pode ficar sem dor, ou com a dor em um nível bem baixo.
Os pacientes com fibromialgia têm dificuldade de executar tarefas profissionais, e do dia a dia. Eles também sofrem com a indiferença de amigos e familiares muitos também têm problemas conjugais, pois, eles não entendem a gravidade da doença.
Mais valioso que o remédio é o exercício físico, não existe tratamento eficaz para a fibromialgia sem o exercício físico, embora a pessoa possa a vir a reclamar de fazê-lo, é de fundamental importância à prática.
Seja ela um alongamento, pilates, hidroterapia ou hidroginástica, RPG, dança, ioga, uma simples caminhada, ou outra modalidade esportiva, a ordem é se mexer. A atividade física regular, melhora a dor e o humor.
Procure a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para fazer Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), pode ajudar o paciente a entender e interpretar melhor suas atitudes frente à dor e sintomas. Ajudando o paciente a se recuperar.
Procure tomar e aderir o tratamento sugerido pelo seu reumatologista.
Tenha uma vida mais tranquila, fuja de situações estressantes.
Aprenda a descansar e relaxar, reservando um momento do dia para isso.
Medite e faça exercícios de respiração.
Evite carregar pesos e pare de fumar.
Se puder faça massagens e acupuntura.
Procure dormir bem. Prepare o ambiente para isso. Elimine luzes e barulhos, providencie uma temperatura agradável, colchões e travesseiros confortáveis, desligue o celular, leia um livro antes de dormir. Evite sonecas durante o dia, não beba bebidas com cafeína e café após às 17 horas.
É possível viver bem com Fibromialgia. Sim, ela judia, mas não mata e não traz invalidez para a pessoa. É preciso coragem para enfrentá-la. Busque uma maior qualidade de vida, ajuda de especialistas, e procure ter uma vida mais calma e tranquila, evitando o estresse. Lembre ela não tem cura, mas, é possível ter uma boa qualidade de vida.
Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.