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Criaturas no lugar do Criador


Por: Fernando Razente
Data: 29/05/2023
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Romanos 1.25: “(...) pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!”

No versículo 25, o apóstolo Paulo continua tratando das ações idólatras dos homens pecadores e sua justa retribuição. Essas ações são novamente tratadas neste versículo, a fim de fixar essa situação terrível do homem natural de forma mais profunda na mente do leitor.

Paulo começa falando de uma mudança ocasionada pela vontade humana: “(...) eles mudaram a verdade de Deus em mentira” e, como expliquei nas exposições anteriores, a mudança aqui não se trata da coisa-em-si (essencialmente mudar a verdade de Deus), mas de como ela é vista e entendida pelo homem.

Como é biblicamente atestado, a verdade de Deus não pode ser mudada, pois Deus e seus atributos são imutáveis. No entanto, o homem pecador interpreta e retém a revelação da verdade de Deus na criação de forma errada, produzindo uma visão falsa e mentirosa da realidade, fazendo com que Deus “perca a sua glória”.

Por conta de sua natureza pecaminosa, os homens, conforme disse o comentarista bíblico e pastor João Calvino (1509-1564) “(...) se esforçam para tirar de Deus a sua honra, e também para recriminar o seu nome.” É isso o que significa essa mudança da verdade e da glória de Deus. E o que se segue ao ato de “mudar” ou “trocar” a verdade de Deus pela mentira?

Paulo diz que a consequência de trocar a verdade divina pela mentira humana é adorar e servir um falso deus: “(...) adorando e servindo a criatura em lugar do Criador”. Em outras palavras, deixar de crer na verdade de Deus não te fará uma pessoa irreligiosa, mas uma pessoa detentora de uma falsa religião baseada em criaturas, “(...) pois a honra religiosa não pode ser dada a uma criatura, sem tirá-la, de maneira vergonhosa e sacrílega, de Deus”, escreveu Calvino.

A consequência da adoção da mentira na mente humana sempre será um culto pagão e falso no coração, que substitui Deus, o Criador, Autor e Mantenedor de toda a vida, por qualquer coisa na criação, desde imagens fundidas, animais, astros celestes e até homens. O resultado de rejeitar a verdade revelada de Deus é que “(...) o Deus verdadeiro não é então adorado, mas um Deus fictício, que a carne concebeu para si mesma”, conclui Calvino.

Paulo, então, encerra o verso 25, distanciando-se dos idólatras e mostrando em sua conclusão o coração de um homem regenerado, que passou pela transformação advinda da obra redentora em Cristo. O homem regenerado, diferente do homem natural (espectro que estava sendo descrito pelo apóstolo), diz e vive sinceramente a seguinte verdade: “[O Criador] é bendito eternamente. Amém!”.

Com essa conclusão, Paulo mostra ao leitor que os cristãos devem ser diferentes dos idólatras que maldizem a Deus com suas detestáveis mentiras, trocando o Eterno pelo temporal. Os cristãos devem, de coração, viver uma vida que bendiga Aquele que é eternamente digno de louvor e adoração. Bendizer não é apenas reconhecer verbalmente que o Criador é o único digno de adoração. É, antes, viver santamente. Como declarou o teólogo Santo Agostinho (354-430 d.C.): “Sede vós mesmos o canto que ides cantar [a Deus]. Vós sereis o seu maior louvor, se viverdes santamente.”

Na semana que vem, se Deus quiser, veremos mais sobre a condenação divina sobre o pecado da apostasia e da idolatria humana.

Até a próxima. Que Deus te abençoe!

 

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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