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Uma testemunha fiel para as nações


Por: Fernando Razente
Data: 05/09/2022
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Romanos 1.5 (e): “[...] entre todos os gentios”

 

Encerramos o texto da semana passada falando sobre a obediência por fé que Paulo praticava como o objetivo de seu ministério. Mas, e quanto a extensão do ministério paulino? O que sabemos? Paulo, nesta altura do versículo 5, nos fala da extensão do seu ministério: “[...] entre todos os gentios.” (Rm 1.5e). Paulo deveria viver uma vida de piedade genuína motivada por sua fé em Cristo não apenas entre os judeus, mas também entre os não-judeus. Paulo deveria ser uma testemunha fiel de Cristo para todas as nações gentílicas (Atos 22.21; 26.16-18; Rm 11.13; Gl 2.8; 1 Tim 2.7)!

Isso recebe contornos mais dramáticos se lembrarmos do fato importante de que, antes de sua conversão, Paulo fora um judeu fariseu que nutria um profundo ódio contra os gentios e pensava na família de Deus em termos étinicos e limitados. Precisamos lembrar também que o termo gentio — um termo grego que poderia ser traduzido por “tribo, raça ou nações” — era um termo comum usado pelos judeus para identificar pejorativamente todo aquele não fosse um judeu por descendência étnica.

Dessa forma, para a maioria dos judeus havia uma clara divisão entre o povo eleito de Deus e o resto do mundo, que ocupavam um lugar de condenação e isolamento. Porém, o evangelho da graça de Jesus demonstrou ser extenso em seu alcance e proporcionou reconciliação não somente entre judeus e Deus, mas incluiu e enxertou na família do Senhor também os gentios de todo o mundo (Rm 11.11-24). Isso significa que, embora a salvação viesse dos judeus — como Jesus mesmo testificou (Jo 4.22) — ela rompeu com as barreiras étnicas, alcançando até aqueles que não eram judeus (Ap 5.9), mostrando que Deus também tem seus eleitos entre os povos gentios.

Outra palavra importante aqui além de gentios é o termo todos, pois denota que o ministério de Paulo de modo específico — e o evangelho de Cristo de maneira geral — foi destinado não só para uns poucos não-judeus, mas para todas as tribos, raças ou nações do mundo daquela época até os nossos dias. Longe disso significar um universalismo soteriológico, “todos” quer apenas dizer que a família de Deus é grande e abarca muitos povos das mais diversas e variadas culturas, ainda que não todo indivíduo que existiu ou vier a existir. A eleição e a redenção particular permanecem como verdades aqui, pois embora o grego cretense do primeiro século e o índio americano do século XVI possam ser contemplados pela misericórdia do Senhor, nem todos os cretenses ou índios serão salvos.

Por fim, concluo dizendo que o ensino de Romanos 1.5(e), de que o ministério de Paulo foi enviado para ser executado “entre todos os gentios” possíveis, implica no fato de que Cristo não direcionou o apóstolo e nem seu evangelho da graça para um gueto étnico, mas para ser expressado por Paulo em vida de obediência por fé entre todos os povos não-judeus que Deus haveria de levá-lo, inclusive os próprios romanos para quem ele originalmente escreveu esta carta.

Na semana que vem, se Deus quiser, veremos como Deus conectou o ministério de Paulo com a vida dos romanos numa providência particular e graciosa.

Até a próxima e que Deus te abençoe!

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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