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Candida auris o super fungo que atemoriza o mundo


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 18/04/2019
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Depois de percorrer hospitais da África do Sul, Europa e Ásia chega aos Estados Unidos o temível fungo  Candida auris que já infectou 600 pacientes nos Estados Unidos  e vem se espalhando silenciosamente pelo mundo podendo chegar ao Brasil através da  Venezuela, primeiro país das Américas a registrar surtos de Candida auris entre 2012 e 2013. Quase a metade das pessoas infectadas morre em 90 dias. 

Mas não se assuste, em pessoas saudáveis o fungo passa despercebido pelo corpo humano, sem causar nenhum sintoma; em contrapartida em pacientes de unidades hospitalares intensivas, seja adultos ou crianças pode ser fatal.

Extremamente mortal e perigoso esse fungo ataca principalmente pacientes vulneráveis com sistema imunológico imaturo ou comprometidos: idosos, recém-nascidos, diabéticos, fumantes e pessoas com distúrbios autoimunes que fazem uso de anabolizantes.

Ele ataca pessoas com o sistema imunológico enfraquecido e está se espalhando silenciosamente por todo o planeta.

“- É um microorganismo de baixa virulência, que causa sintomas apenas em pessoas hospitalizadas. A maioria dos pacientes faz quadro de sepse (infecção), como febre, hipotensão (pressão baixa), refratária (resistente) a antibiótico”;  explica Arnaldo Lopes Colombo professor da Unifesp.

Segundo o CDC (Centro Controle de Doenças), não há registros no Brasil, mas como o país não tem sistema de vigilância para fungos, o micróbio pode entrar sem ser detectado segundo Arnaldo Colombo da Unifesp.

Em maio de 2018 um idoso ao ser admitido para uma cirurgia abdominal no Hospital Mount Sinai no Brooklyn ao fazer um exame de sangue detectou-se a presença do germe letal,   foi encaminhado imediatamente  para a unidade de isolamento e morreu depois de 90 dias; o fungo estava presente em todo o quarto do paciente, a ponto do hospital usar equipamentos especiais de limpeza; foi necessário arrancar algumas placas do teto e das lajotas do piso para erradicá-lo.

“Tudo mostrava sinais de presença  – as paredes, a cama, as portas, cortinas, telefones, a pia, o quadro branco, os suportes de soro, a bomba, o colchão, as grades da cama, os buracos para encaixe, as persianas, o teto –tudo que existia no quarto mostrava sinais de presença do germe.” , disse Scott Lorin presidente do Mount Sinai.

O grande problema é que o Candida auris é resistente a medicamentos antifúngicos e de difícil identificação  por métodos laboratoriais comuns e pode ser confundida com outras infecções.

Infelizmente nós, seres humanos sedentos por cura imediata lançamos mão de medicamentos desnecessários, nos automedicamos, abusamos de antibióticos  e assim contribuímos para o avanço e surgimento de super bactérias e fungos, também chamados de “superbugs” (super pragas, germes,fungos e bactérias resistentes).

Antibióticos e antifúngicos são essenciais para combater infecções em pessoas, mas antibióticos também são usados amplamente para prevenir doenças em animais de fazenda, e os antifúngicos também são aplicados para impedir que plantas agrícolas apodreçam. Alguns  cientistas citam evidências de que o uso desenfreado de fungicidas nas plantações está contribuindo para o surgimento de fungos resistentes a medicamentos e que infectam seres humanos.

A saúde pública tem alertado há tempos que o uso exagerado de antibióticos reduzem a efetividade dos remédios. Assim fungos e as bactérias estão desenvolvendo defesas para sobreviver aos medicamentos modernos.

O Candida auris foi identificada na orelha de uma mulher no Japão em 2009 , daí o nome, pois auris em latim quer dizer orelha, ouvido.

Já ocorreu em mais de 20 países, mas segundo um mapa atualizado pelo CDC em fevereiro, o Brasil não está entre eles.

Os fatores de risco são os mesmos para outras infecções por Candida: cirurgia recente, diabetes, uso de antibióticos de amplo espectro e de antifúngicos. Pessoas internadas e que fazem uso de tubos ou cateteres. As infecções foram vistas em pessoas de todas as idades.

O tratamento é feito com antifúngicos. É transmitida em ambientes de saúde, como hospitais (equipamentos ou superfícies contaminadas ou de pessoa a pessoa.

Ainda não se sabe como surgiu, teorias ainda estão sendo discutidas e analisadas.

Se novos medicamentos mais eficazes não forem desenvolvidos e o uso de antibióticos não for restringido existe o risco de fungos e bactérias tomarem força e fazer mais vítimas.

Cabe a nós fazermos uso sensato de antibióticos com sabedoria. Não se automedique, procure ajuda de um profissional competente, no caso o seu  médico de confiança.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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