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As Olimpíadas em tempos sombrios


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 29/07/2024
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Esta nova troca de ideias, coincide com o início de mais uma edição dos Jogos Olímpicos da era Moderna. O mundo em geral, volta-se para a cidade de Paris, onde acompanham-se os eventos esportivos, que simbolizam uma forma de confraternização entre todos nós. Por sinal, desde de seu surgimento, há mais de 2.700 a. C., as Olimpíadas assumiram um papel essencial na vida dos gregos. As competições olímpicas, causavam a interrupção das guerras entre as cidades gregas, obedecendo a uma espécie de ritual denominado de “trégua sagrada.” Vamos convir, algo um tanto difícil em nossos tempos sombrios, marcados por guerras genocidas, extermínios e terrorismos. Posteriormente, a sua origem grega, o Barão de Coubertin, buscando reviver o espírito das primeiras Olimpíadas, os jogos olímpicos tornaram-se um evento globalizado, tentando promover a união, confraternização e paz entre todos os povos. Tal objetivo idealizado, encontra-se ilustrado na própria bandeira que representa as competições olímpicas, que visa expressar a união entre os povos dos cinco continentes.

Pode-se então refletir e questionar, como tal projeto objetivando alinhar solidariedade, paz, humanismo e respeito a vida humana, a partir da confraternização esportiva entre os povos, pode ser de fato relevante para nossos tempos, qualificados por alguns como tomado pelas sombras de conflitos como a Guerra Rússia-Ucrânia, que provocou o banimento da Rússia nesta versão olímpica de 2024. O conflito entre Israel-Hamas, marcado pelo extermínio de muitas vidas. O terrorismo cada vez mais, presente, inclusive em uma tentativa de sabotagem nas linhas férreas antes do início da competição na cidade de Paris.

Não é novidade, a ocorrência de situações conflituosas, relacionadas com as Olimpíadas, como no caso da II Guerra Mundial e a Guerra-Fria, porém devemos analisar e refletir sobre a importância da confraternização olímpica, para além de idealismos e interesses mercadológicos, propagandísticos e políticos, referente aos nossos tempos, carentes de maior solidariedade e confraternização humana. A notoriedade das Olimpíadas, criada tanto a partir de um caráter simbólico quanto pela sua reconhecida dimensão material, fez com que este evento se transforma-se em palco de diversas manifestações políticas ao longo do século XX e que necessita assim se mante em nosso século, para se buscar promover na prática, o que o símbolo da bandeira olímpica visa representar: uma maior confraternização, união, paz e solidariedade entre nós, seres humanos, mesmo entre as sombras que nós mesmos criamos.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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