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O homem-Pelé e a ruptura de paradigmas


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 05/01/2023
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Inicialmente, um feliz ano de 2023 para todos nós! Afinal, esta é a primeira exposição de ideias do novo ano. Por sua vez, o tema escolhido, faz referência a um fato ocorrido no apagar das luzes do ano passado: a morte de Edson Arantes do Nascimento – O Pelé! Minha proposta de exposição, passa pela tentativa de discutir o homem-Pelé, que rompeu com determinados paradigmas e se tornou a inspiração para construção de outros. Esclareço que uso o termo homem-Pelé, para destacar o ser existente, falho, defeituoso, com limites, com acertos, que sofreu, fez sofrer etc., evitando cair na armadilha da “divinização do ser”, sem com isto, retirar a importância do homem-Pelé, como rompedor de paradigmas.

Porém, para começar nossa exposição, o que significa paradigma? Em termos gerais, um paradigma estrutura-se como um conjunto de valores e normas, que influencia a conduta, modo de pensar e o estabelecimento de regras sociais-morais para uma comunidade ou corpo social.  E qual a relação da trajetória existencial homem-Pelé com a noção de paradigma, aqui exposta? Então, faço destaque a origem social do homem-Pelé: pobre e humilde. Em qualquer estabelecimento social, as suas chances de destaque e sucesso, seriam muito reduzidas, devido a fatores econômicos/sociais excludentes e marginalizadores. Com seu talento futebolístico, o homem-Pelé, rompeu com este paradigma, abrindo espaço para que outros em sua situação também o fizessem.

Ressalto um outro paradigma de exclusão e marginalização, que muito bem se alia, com o anterior: o paradigma racial. Nascido pobre e negro, em uma sociedade que discrimina tanto pela condição social quanto pela racial, quais seriam as chances do homem-Pelé: pouquíssimas. Praticamente nenhuma. Todavia, com seu talento nato no esporte futebol, o homem-Pelé, mais uma vez venceu e rompeu este paradigma limitante, sendo essencial para a caminhada de outros, que a sua condição assemelhava e ainda se assemelham: pobres-negros-marginalizados, mas talentosos na arte de jogar futebol.

Desta forma, nesta exposição de ideias, trago para o debate e reflexão, a importância do homem-Pelé, como símbolo de ruptura de paradigmas destrutivos, excludentes, discriminadores, marginalizados e desumanizadores. Discussão e reflexão que necessitam de ampliação e intensidade, para que novos paradigmas de respeito, igualdade e reconhecimento para a humanidade se tornem cada vez mais presentes e atuantes, visando a construção de uma sociedade melhor.

Então como fazia o nosso homem-Pelé, vamos buscar jogar bonito e marcar golaços, nos gramados da vida. Aí está o desafio de se estabelecer um bom e belo paradigma.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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