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Abandono afetivo e suas consequências: Um chamado à responsabilidade parental


Por: Alex Fernandes França
Data: 22/08/2023
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Na quinta-feira (17), a Agência Brasil divulgou uma alarmante estatística: no Brasil, 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas. O abandono afetivo, um problema que afeta tanto mães quanto filhos, é uma realidade dolorosa que merece nossa atenção e reflexão. A pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas em 2022 trouxe à luz a magnitude desse problema, lançando luz sobre suas consequências a longo prazo.

O abandono afetivo, frequentemente associado à ausência paterna, é uma questão que transcende a esfera emocional, tendo impactos profundos na saúde física e mental das crianças afetadas. Muitas vezes, suas repercussões não se limitam à infância, mas acompanham os indivíduos até a vida adulta. A história de Simone Mendes Silva, uma mãe que criou seus seis filhos sozinha, ecoa através de gerações, ressaltando os ciclos viciosos que podem se formar quando o afeto e a presença paterna são negligenciados.

A ausência da figura paterna durante o desenvolvimento das crianças pode resultar em apego inseguro, ansiedade e dificuldades de relacionamento. A psicóloga Flávia Lacerda destaca que esse apego inseguro pode manifestar-se em comportamentos agressivos e dificuldades em estabelecer relações amorosas saudáveis. Portanto, é crucial reconhecer que cuidar de uma criança vai além do provimento material; envolve nutrir os laços emocionais que moldarão seu futuro.

O abandono afetivo não é apenas uma questão emocional, mas também uma violação dos direitos da criança e do adolescente. O judiciário tem tomado medidas para garantir que esses vínculos sejam respeitados, refletindo a importância de uma parentalidade responsável. O desenvolvimento da Oficina de Pais e Mães pelo Conselho Nacional de Justiça é um passo significativo para sensibilizar e educar os pais sobre seu papel fundamental na vida de seus filhos. A advogada de família Patrícia Zaponni destaca que o amor pode ser opcional, mas o cuidado é um dever inegável.

Portanto, é essencial que a sociedade como um todo compreenda a magnitude do problema do abandono afetivo e a necessidade de uma abordagem mais holística da parentalidade. Os pais e mães devem ser conscientizados sobre a importância de sua presença emocional e afetiva na vida de seus filhos. Além disso, é fundamental que se promova uma cultura de apoio e sensibilização em relação às mães solteiras, reconhecendo os desafios que elas enfrentam diariamente.

A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas é um alerta que nos convoca a repensar nossas atitudes e valores como sociedade. O abandono afetivo não é uma questão trivial; tem consequências de longo alcance que afetam indivíduos e gerações. É hora de assumir a responsabilidade, reconhecendo que o cuidado, o afeto e a presença dos pais são fundamentais para o desenvolvimento saudável e o bem-estar emocional das crianças. Juntos, podemos construir um futuro onde todas as crianças tenham a oportunidade de crescer em um ambiente amoroso e enriquecedor, preparando-as para enfrentar os desafios da vida adulta com resiliência e confiança

 ·       Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestrando em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR

Alex Fernandes França


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